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Borges descomplica o São Paulo
Artilheiro do time começa no banco e entra no 2º tempo para fazer gol da vitória contra o Guarani
Guarani 0
São Paulo 1
MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS
Futebol é lógico. Se seu time
precisa vencer para se classificar, você tem que colocar em
campo o seu artilheiro mais
produtivo, não importa quem
fique do lado dele.
Borges tinha seis gols em 16
jogos antes da partida de ontem, Aloísio, um em sete, e Dagoberto, nenhum em oito. Como Adriano (sete gols) estava
suspenso, só poderia haver
uma dúvida ontem, no Brinco
de Ouro, contra o Guarani:
quem jogaria com Borges?
A lógica só se deu aos 29min
do segundo tempo, quando
Borges entrou em campo no lugar de Carlos Alberto. Um minuto depois, o placar era 1 a 0
para o São Paulo, gol dele.
O técnico Muricy Ramalho
optou por Aloísio e Dagoberto,
apostando no entrosamento
prévio que ambos tinham. Explicou a surpresa geral como
descanso merecido.
"Eu tinha que pôr jogadores
descansados. Miranda, Aloísio,
Dagoberto, todos esses estavam descansados. O Borges eu
tinha que tirar, porque ele sentiu o desgaste contra o Sportivo
Luqueño", disse o técnico, lembrando que foi ele quem buscou Borges no interior de Goiás
e o trouxe ao São Caetano. "Conheço bem meu jogador."
Ele fez o gol com facilidade
impressionante: dominou, cortou para a direita e chutou no
canto direito baixo de Gisiel.
Aloísio e Dagoberto, por mais
que tenham juntos um retrospecto, não conseguiram nada
tão simples e eficaz. Dada a movimentação no primeiro tempo, não parecia que Gisiel fosse
tomar um gol desse dueto ofensivo. O goleiro bugrino teve
pouco trabalho na etapa, aparando cruzamentos e encaixando disparos sem perigo.
A comemoração enfurecida
de Borges, batendo no peito
diante da torcida são-paulina,
deu duas impressões: primeiro,
que ele tinha condições de ter
iniciado o jogo. Segundo, que
estava insatisfeito com os quase 75 minutos passados no banco por opção do treinador.
A única declaração do herói
da partida, que não foi selecionado para a entrevista coletiva
e apressado para entrar no ônibus, foi mais suave. "Começando no jogo ou no banco, meu
objetivo é sempre o de ajudar o
time", afirmou, sorridente.
O jogo em si foi movimentado, e o Guarani mostrava-se um
pouquinho melhor nos contra-ataques que o Sportivo Luqueño, mas as conclusões das duas
equipes eram deprimentes.
Com três zagueiros, o São
Paulo dominava bem o isolamento de Henrique, e Zé Luis e
Miranda tinham espaço para
subir ao ataque com a bola no
pé, por direita e esquerda.
Mas o São Paulo errava passes, chutava pouco. Saiu, de novo, devendo futebol aos torcedores. Para o próprio Muricy, o
time pareceu "horrível".
No segundo tempo, Jair Picerni fez duas alterações de
uma vez, enquanto Muricy ainda tentava dar chances à sua
formação titular. Quando a entrada de Borges encaixou o gol,
só precisou tirar Dagoberto e
pôr Hugo para reforçar o meio-campo. O fraco time do Guarani, que tem que vencer todos os
seus compromissos para permanecer na primeira divisão, já
tinha virado história.
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