São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Borges descomplica o São Paulo

Artilheiro do time começa no banco e entra no 2º tempo para fazer gol da vitória contra o Guarani

Guarani 0
São Paulo 1

MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

Futebol é lógico. Se seu time precisa vencer para se classificar, você tem que colocar em campo o seu artilheiro mais produtivo, não importa quem fique do lado dele.
Borges tinha seis gols em 16 jogos antes da partida de ontem, Aloísio, um em sete, e Dagoberto, nenhum em oito. Como Adriano (sete gols) estava suspenso, só poderia haver uma dúvida ontem, no Brinco de Ouro, contra o Guarani: quem jogaria com Borges?
A lógica só se deu aos 29min do segundo tempo, quando Borges entrou em campo no lugar de Carlos Alberto. Um minuto depois, o placar era 1 a 0 para o São Paulo, gol dele.
O técnico Muricy Ramalho optou por Aloísio e Dagoberto, apostando no entrosamento prévio que ambos tinham. Explicou a surpresa geral como descanso merecido.
"Eu tinha que pôr jogadores descansados. Miranda, Aloísio, Dagoberto, todos esses estavam descansados. O Borges eu tinha que tirar, porque ele sentiu o desgaste contra o Sportivo Luqueño", disse o técnico, lembrando que foi ele quem buscou Borges no interior de Goiás e o trouxe ao São Caetano. "Conheço bem meu jogador."
Ele fez o gol com facilidade impressionante: dominou, cortou para a direita e chutou no canto direito baixo de Gisiel.
Aloísio e Dagoberto, por mais que tenham juntos um retrospecto, não conseguiram nada tão simples e eficaz. Dada a movimentação no primeiro tempo, não parecia que Gisiel fosse tomar um gol desse dueto ofensivo. O goleiro bugrino teve pouco trabalho na etapa, aparando cruzamentos e encaixando disparos sem perigo.
A comemoração enfurecida de Borges, batendo no peito diante da torcida são-paulina, deu duas impressões: primeiro, que ele tinha condições de ter iniciado o jogo. Segundo, que estava insatisfeito com os quase 75 minutos passados no banco por opção do treinador.
A única declaração do herói da partida, que não foi selecionado para a entrevista coletiva e apressado para entrar no ônibus, foi mais suave. "Começando no jogo ou no banco, meu objetivo é sempre o de ajudar o time", afirmou, sorridente.
O jogo em si foi movimentado, e o Guarani mostrava-se um pouquinho melhor nos contra-ataques que o Sportivo Luqueño, mas as conclusões das duas equipes eram deprimentes.
Com três zagueiros, o São Paulo dominava bem o isolamento de Henrique, e Zé Luis e Miranda tinham espaço para subir ao ataque com a bola no pé, por direita e esquerda.
Mas o São Paulo errava passes, chutava pouco. Saiu, de novo, devendo futebol aos torcedores. Para o próprio Muricy, o time pareceu "horrível".
No segundo tempo, Jair Picerni fez duas alterações de uma vez, enquanto Muricy ainda tentava dar chances à sua formação titular. Quando a entrada de Borges encaixou o gol, só precisou tirar Dagoberto e pôr Hugo para reforçar o meio-campo. O fraco time do Guarani, que tem que vencer todos os seus compromissos para permanecer na primeira divisão, já tinha virado história.


Texto Anterior: Festa da tocha vira dor de cabeça para Rogge
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.