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São Paulo, quinta-feira, 24 de abril de 2003

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Após ócio de 1 mês, equipe leva goleada histórica na Copa do Brasil diante de sua própria torcida

Palmeiras consegue perder de 7

Nelson Coelho/"Diário de S.Paulo" - Ari Ferreira/Lancepress
Torcida promove enterro simbólico do Palmeiras enquanto Muñoz se desespera durante a humilhante derrota para o Vitória


RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O poço do Palmeiras não tem fundo. Com mais um vexame, o time do Parque Antarctica lembrou ontem que vive a pior fase de sua história. Diante de incrédulos torcedores, a equipe amargou uma de suas maiores goleadas.
Com os 7 a 2 para o Vitória pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil, o Palmeiras praticamente se despede de mais um torneio de elite e agora só tem a oferecer para seus torcedores a perspectiva de malograr na segunda divisão do Brasileiro, calvário verde que se inicia depois de amanhã.
Depois de um período de 27 dias sem jogar, não deu para dizer, ao final da partida, que o time realmente jogou. Fora de ritmo, sem coesão e nervoso, facilitou para o Vitória. Até o goleiro pentacampeão Marcos ajudou os baianos, falhando em três gols.
Com a torcida revoltada na arquibancada do Parque Antarctica, o Palmeiras mostrou uma defesa totalmente desentrosada.
E, agora, na semana que vem, tem de buscar um improvável 6 a 0 em Salvador. No último jogo no estádio Barradão, em novembro de 2002, o Palmeiras chorou seu rebaixamento no Brasileiro. Ontem, o Vitória de novo foi algoz.
O time bem que entrou embalado para tentar esconder a inatividade de quase um mês sem jogar. Teve três chances de gol até os 9min, com Leonardo, Thiago Gentil e Magrão. Mas, nesse minuto, o Vitória mostrou quem mandaria na partida.
Em um contra-ataque rápido, Nádson fez seu primeiro gol entrando na área, chutando fraco, mas enganando Marcos.
Aos 17min, outra vez Nádson. Ele chutou, Marcos deu rebote e fez pênalti no atacante rival. Zé Roberto cobrou e marcou. Os descontrolados torcedores, porém, perdoaram Marcos -no segundo tempo, alguns invadiram o campo e o abraçaram.
Aos 21min, com um chute cruzado, Nádson marcou o terceiro. Outro baque aconteceu aos 35min, com a expulsão de Gustavo após falta dura. O Palmeiras tentou reagir, ainda assim. Aos 40min, diminui a desvantagem com um gol de rebote de Thiago Gentil. Mas a ilusão foi curta. Aos 41min, Nádson marcou o quarto.
O Palmeiras foi para o vestiário com o 4 a 1 nas costas. "Vamos nos esforçar para tentar descontar", disse, desanimado, Muñoz.
Logo a 2min, Dudu Cearense chutou forte e marcou mais um. Aos 21min, o sexto: em cobrança de escanteio, Marcelo Heleno desviou para o gol. Um minuto depois, o Palmeiras finalmente superou o inspirado goleiro Paulo Musse. Com Correa.
Mas logo viria o sétimo gol baiano. Aos 31min, a zaga recuou para Marcos, que furou feio, deixando Nádson sozinho para marcar.
Mesmo após o erro clamoroso, Marcos foi apoiado pela torcida, que já vinha abandonando as arquibancadas, mas começou uma correria. O policiamento temia até que os torcedores depredassem e incendiassem o vizinho Centro de Treinamento.
O jogo acabou, o time foi só lamento. "Só Jesus Cristo para assumir tantos erros", declarou Marcos. "Foi uma noite negra", resumiu o treinador Jair Picerni.


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