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FUTEBOL
Após 38 anos, santistas voltam ao mata-mata da Libertadores com a vocação ofensiva que fez fama nos anos 60
Em jogo de oito gols, Santos cede empate
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A volta do Santos ao mata-mata
da Libertadores foi eletrizante.
Desde 31 de março de 1965 o time da Vila Belmiro não atuava
em uma fase decisiva do principal
interclubes do continente. Ontem, diante do Nacional do Uruguai, em Montevidéu, um placar
dos tempos de Pelé: 4 a 4.
Com o resultado, o atual campeão brasileiro precisa vencer o
campeão uruguaio no jogo de volta para avançar às quartas-de-final -um novo empate levará a
decisão para os pênaltis.
O melhor ataque da primeira fase da Libertadores abriu o placar
no estádio Centenário logo aos
6min com um gol de um defensor. O zagueiro Alex empurrou de
cabeça a bola para o gol após um
chute de Ricardo Oliveira que explodiu no travessão -a bola havia quicado em cima da linha.
O Nacional era empurrado por
uma torcida fanática, mas insistiu
quase todo o jogo em bolas alçadas à área de qualquer lugar do
campo. As "torres gêmeas" santistas, André Luís e Alex, tratavam
de escorar esses cruzamentos.
Trocando passes com facilidade, o time do técnico Leão criou
seguidas oportunidades para ampliar na primeira etapa. O segundo gol, porém, só veio aos 44min.
Diego serviu bem Ricardo Oliveira na área. O atacante virou e colocou a bola com estilo no ângulo
direito do gol de Munua.
O lateral-esquerdo Léo, um dos
santistas caçados em campo, teve
que dar lugar a Rubens Cardoso.
Robinho, outro jogador que recebeu atenção especial dos uruguaios, até deu alguns de seus dribles famosos, mas não encontrou
a liberdade que teve em Cali, contra o América, na fase inicial.
O jogo parecia tranquilo para o
Santos, mas o Nacional, na base
da vontade, marca maior dos uruguaios, pôs a equipe brasileira em
dificuldades na segunda etapa.
O clube de Montevidéu descontou aos 12min em um lance confuso. Alvez trombou com Fábio
Costa e, mesmo de costas para o
gol, conseguiu puxar a bola. Foi
apenas um dos lances esquisitos
na área santista -o goleiro Fábio
Costa foi mal em várias jogadas,
mas também fez seus milagres.
Robinho, coisa rara em sua ainda breve carreira, marcou o terceiro gol santista de cabeça. A vitória mais uma vez parecia estar
assegurada, mas Peralta e Scott
concluíram com perfeição boas
tramas ofensivas e empataram a
partida. Mas tinha mais emoção.
Sem mostrar abatimento, os novos Meninos da Vila partiram para o ataque e conseguiram um pênalti. Diego foi derrubado escandalosamente na área. Ricardo Oliveira bateu bem a penalidade e
colocou de novo o Santos em vantagem -com oito gols, alcançou
Pelé e é agora o maior artilheiro
santista em uma Libertadores.
O juiz argentino Horacio Elizondo, porém, queria mais jogo.
E muito mais jogo. Ele resolveu
dar cinco minutos de acréscimo.
E o camaronês Benoit, com a raça
uruguaia, marcou de cabeça aos
51min. O estádio Centenário quase veio abaixo, porém o sufoco
continuaria mais alguns minutos.
O Nacional teve tempo de atacar
de novo, mas, após estar perdendo por dois gols de diferença e reconhecer a superioridade técnica
do Santos, comemorou o heróico
empate. Na Libertadores, gol em
casa e gol fora têm mesmo peso.
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