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São Paulo, quinta-feira, 24 de abril de 2003

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FUTEBOL

Após 38 anos, santistas voltam ao mata-mata da Libertadores com a vocação ofensiva que fez fama nos anos 60

Em jogo de oito gols, Santos cede empate

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A volta do Santos ao mata-mata da Libertadores foi eletrizante.
Desde 31 de março de 1965 o time da Vila Belmiro não atuava em uma fase decisiva do principal interclubes do continente. Ontem, diante do Nacional do Uruguai, em Montevidéu, um placar dos tempos de Pelé: 4 a 4.
Com o resultado, o atual campeão brasileiro precisa vencer o campeão uruguaio no jogo de volta para avançar às quartas-de-final -um novo empate levará a decisão para os pênaltis.
O melhor ataque da primeira fase da Libertadores abriu o placar no estádio Centenário logo aos 6min com um gol de um defensor. O zagueiro Alex empurrou de cabeça a bola para o gol após um chute de Ricardo Oliveira que explodiu no travessão -a bola havia quicado em cima da linha.
O Nacional era empurrado por uma torcida fanática, mas insistiu quase todo o jogo em bolas alçadas à área de qualquer lugar do campo. As "torres gêmeas" santistas, André Luís e Alex, tratavam de escorar esses cruzamentos.
Trocando passes com facilidade, o time do técnico Leão criou seguidas oportunidades para ampliar na primeira etapa. O segundo gol, porém, só veio aos 44min. Diego serviu bem Ricardo Oliveira na área. O atacante virou e colocou a bola com estilo no ângulo direito do gol de Munua.
O lateral-esquerdo Léo, um dos santistas caçados em campo, teve que dar lugar a Rubens Cardoso. Robinho, outro jogador que recebeu atenção especial dos uruguaios, até deu alguns de seus dribles famosos, mas não encontrou a liberdade que teve em Cali, contra o América, na fase inicial.
O jogo parecia tranquilo para o Santos, mas o Nacional, na base da vontade, marca maior dos uruguaios, pôs a equipe brasileira em dificuldades na segunda etapa.
O clube de Montevidéu descontou aos 12min em um lance confuso. Alvez trombou com Fábio Costa e, mesmo de costas para o gol, conseguiu puxar a bola. Foi apenas um dos lances esquisitos na área santista -o goleiro Fábio Costa foi mal em várias jogadas, mas também fez seus milagres.
Robinho, coisa rara em sua ainda breve carreira, marcou o terceiro gol santista de cabeça. A vitória mais uma vez parecia estar assegurada, mas Peralta e Scott concluíram com perfeição boas tramas ofensivas e empataram a partida. Mas tinha mais emoção.
Sem mostrar abatimento, os novos Meninos da Vila partiram para o ataque e conseguiram um pênalti. Diego foi derrubado escandalosamente na área. Ricardo Oliveira bateu bem a penalidade e colocou de novo o Santos em vantagem -com oito gols, alcançou Pelé e é agora o maior artilheiro santista em uma Libertadores.
O juiz argentino Horacio Elizondo, porém, queria mais jogo. E muito mais jogo. Ele resolveu dar cinco minutos de acréscimo. E o camaronês Benoit, com a raça uruguaia, marcou de cabeça aos 51min. O estádio Centenário quase veio abaixo, porém o sufoco continuaria mais alguns minutos.
O Nacional teve tempo de atacar de novo, mas, após estar perdendo por dois gols de diferença e reconhecer a superioridade técnica do Santos, comemorou o heróico empate. Na Libertadores, gol em casa e gol fora têm mesmo peso.


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