|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Os secadores na Libertadores
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
Os secadores do Xico Sá terão muito trabalho nesta fase da Libertadores. Os santistas,
por exemplo, vão sofrer.
E não só porque enfrentarão a
melhor surpresa desta Copa do
Brasil, o organizado Ipatinga
-que perdeu tantos jogadores,
mas não perdeu a embocadura.
Sofrerão os santistas porque
não adiantará secar o clássico
paulista na Libertadores, pois dele sairá inevitavelmente um time
para as quartas-de-final, quase
certamente o São Paulo.
Jogo de altíssimo risco no Palestra Itália, porque ou a torcida alviverde viverá uma daquelas noites de redenção ou o clima ficará
quente por lá.
Mais fácil para os secadores será torcer pelo River Plate, que receberá o Corinthians no Monumental de Núñez. Mas também aí
a probabilidade maior está com o
time brasileiro, que encontrou em
Silvio Luiz o goleiro que não mata de susto e o lateral-esquerdo
que Gustavo Nery supõe ser sem
sê-lo. Pena que o departamento
jurídico alvinegro tenha bobeado
com Rodrigo, o que é revelador da
competência do dito cujo.
Como será árdua a torcida dos
gremistas pelo Nacional contra o
Internacional, que só eles chamam de Municipal.
Dificílima a tarefa uruguaia em
Montevidéu e quase impossível
no Beira-Rio, grande oportunidade para os colorados demonstrarem que superaram o trauma da
perda do Campeonato Gaúcho.
E, se poucos se interessam em
secar o Goiás, exceção feita, é claro, aos torcedores do Vila Nova,
também a equipe goiana é favorita diante do Estudiantes.
Primeiro, porque, mesmo com a
estiagem de gols que assola a
equipe do cerrado, os goianos têm
um time superior. Segundo, porque não só os argentinos não estão jogando em seu caldeirão, em
La Plata, como, ainda por cima, o
jogo de volta será em Goiânia.
Claro que para o estreante
Goiás em Libertadores, toda novidade é um teste de fogo, como
participar pela primeira vez de
um mata-mata no torneio e contra quem tem tradição na coisa.
Mas em situação normal de
temperatura e pressão dá para ser
otimista e apontar São Paulo, Corinthians, Inter e Goiás como os
maiores candidatos às quartas.
Entenda-se, como situação normal na Libertadores, temperatura alta e pressão no limite.
Mas nem Corinthians nem Inter nem Goiás deverão viver a situação do embate entre Palmeiras e São Paulo.
Por menos talentoso que seja o
atual elenco alviverde, só mesmo
anos de sucateamento explicam
as duas derrotas iniciais no Campeonato Brasileiro e a diante do
Cerro Porteño, com claro reflexo
no jogo diante do São Paulo.
Não bastasse estar defasado no
tempo e no espaço se comparado
com seus rivais estaduais, o Palmeiras ainda perdeu três jogadores, suspensos pelo envolvimento
na confusão com os paraguaios.
Razão pela qual os secadores já
têm um time para torcer, mesmo
sendo santistas ou corintianos: o
próprio Palmeiras.
A quem só resta acreditar que
em futebol tudo é possível.
Brasileirão
No sábado, o Fluminense passou bem pela dureza de pegar o
Goiás, mesmo com Pet ainda
em dívida neste 2006. O Corinthians foi bem depois que ficou
11 contra 10 diante do Azulão,
com destaque para Ricardinho
e Rubens Júnior. Do Palmeiras
é melhor nem falar, melhor festejar o Figueirense, que, no entanto, não pode se iludir porque dificilmente pegará outra
moleza igual. Já ontem, o Santos só passeou para vencer o
Atlético-PR, e a Ponte Preta, ao
perder para o Vasco, mostrou,
desculpe, a fragilidade do Palmeiras, a quem derrotou na estréia. O São Paulo pagou bom
preço ao poupar sete titulares
na derrota para o Fortaleza, e o
Cruzeiro se superou ao derrotar o consistente Grêmio no
melhor jogo da rodada. Mas o
Grêmio ressurgiu.
@ - blogdojuca@uol.com.br
Texto Anterior: Fracasso deixa McLaren alerta Próximo Texto: Futebol: Só Libertadores segura Leão no Palmeiras Índice
|