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FUTEBOL
Reunião hoje define se clube demitirá treinador antes de pegar o São Paulo; reformulação após torneio é acertada
Só Libertadores segura Leão no Palmeiras
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
A iminência do confronto com
o São Paulo pela sobrevivência na
Libertadores é o único fato que
mantém Emerson Leão como
treinador do Palmeiras.
A saída do técnico é dada como
certa entre diretores do clube. Porém, por causa da dificuldade em
encontrar alguém para comandar
a equipe interinamente nas duas
partidas pelas oitavas-de-final do
torneio continental, ainda há um
impasse entre os membros da cúpula palmeirense se a demissão de
Leão acontecerá antes do primeiro clássico, que está marcado para
a próxima quarta-feira.
Na reunião ocorrida ontem no
centro de treinamento do Palmeiras, a discordância com relação à
saída imediata de Leão impossibilitou uma definição da situação.
O encontro foi entre o presidente Affonso della Monica, o vice-presidente José Cyrillo Jr. e o diretor de futebol Salvador Hugo Palaia. Della Monica e Palaia são favoráveis à manutenção do técnico
até depois dos dois jogos contra o
São Paulo, pois argumentam que
não há tempo suficiente para contratar um substituto. Cyrillo quer
a demissão imediata do treinador.
Depois da derrota para o Figueirense por 6 a 1, Leão disse a amigos que não pediria demissão.
Foi marcado para hoje um novo
encontro para resolver o impasse.
Desta vez, os dirigentes esperam
contar com a presença do comandante -ontem o treinador não ficou no CT e, logo depois de retornar de Florianópolis, seguiu para
o litoral para descansar.
Até mesmo os maiores aliados
de Leão apontam como muito difícil a permanência do treinador.
Palaia chegou a confidenciar a interlocutores que acha complicado
o técnico seguir no clube, pois não
há mais clima para trabalhar.
Oficialmente, porém, o diretor
de futebol exime Leão de culpa,
sobretudo da goleada sofrida anteontem no Brasileiro-2006.
"A responsabilidade é dos jogadores. Que culpa o Leão tem?"
A própria permanência de Palaia no departamento de futebol é
incerta. O diretor sofre resistência
de muitos conselheiros e até de
membros da diretoria do clube.
Tudo porque, na avaliação de
seus opositores, Palaia tem centralizado demais o poder e errou
ao permitir que Leão participasse
de todas as decisões relativas ao
futebol do Palmeiras.
Uma das maiores críticas dos
dirigentes a Leão é o fato de ele
ter, na avaliação desses diretores,
relegado as categorias de base e o
time B a um segundo plano e preferido indicar jogadores de fora
do clube como reforços.
Por isso, uma reformulação no
modo de tratar o departamento
de futebol já foi acertada. Uma
das mudanças deverá ser a volta
dos treinamentos da equipe B ao
CT da Barra Funda.
Por ordem de Leão, os jogadores do segundo time palmeirense
vinham treinando na "Academia
2", em Guarulhos.
"O técnico do time principal
tem que observar o time B. Tem
jogadores lá em condições de
atuar no time A", disse Cyrillo Jr.
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