São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 2006

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FUTEBOL

Reunião hoje define se clube demitirá treinador antes de pegar o São Paulo; reformulação após torneio é acertada

Só Libertadores segura Leão no Palmeiras

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC

A iminência do confronto com o São Paulo pela sobrevivência na Libertadores é o único fato que mantém Emerson Leão como treinador do Palmeiras.
A saída do técnico é dada como certa entre diretores do clube. Porém, por causa da dificuldade em encontrar alguém para comandar a equipe interinamente nas duas partidas pelas oitavas-de-final do torneio continental, ainda há um impasse entre os membros da cúpula palmeirense se a demissão de Leão acontecerá antes do primeiro clássico, que está marcado para a próxima quarta-feira.
Na reunião ocorrida ontem no centro de treinamento do Palmeiras, a discordância com relação à saída imediata de Leão impossibilitou uma definição da situação.
O encontro foi entre o presidente Affonso della Monica, o vice-presidente José Cyrillo Jr. e o diretor de futebol Salvador Hugo Palaia. Della Monica e Palaia são favoráveis à manutenção do técnico até depois dos dois jogos contra o São Paulo, pois argumentam que não há tempo suficiente para contratar um substituto. Cyrillo quer a demissão imediata do treinador. Depois da derrota para o Figueirense por 6 a 1, Leão disse a amigos que não pediria demissão.
Foi marcado para hoje um novo encontro para resolver o impasse. Desta vez, os dirigentes esperam contar com a presença do comandante -ontem o treinador não ficou no CT e, logo depois de retornar de Florianópolis, seguiu para o litoral para descansar.
Até mesmo os maiores aliados de Leão apontam como muito difícil a permanência do treinador. Palaia chegou a confidenciar a interlocutores que acha complicado o técnico seguir no clube, pois não há mais clima para trabalhar.
Oficialmente, porém, o diretor de futebol exime Leão de culpa, sobretudo da goleada sofrida anteontem no Brasileiro-2006.
"A responsabilidade é dos jogadores. Que culpa o Leão tem?"
A própria permanência de Palaia no departamento de futebol é incerta. O diretor sofre resistência de muitos conselheiros e até de membros da diretoria do clube.
Tudo porque, na avaliação de seus opositores, Palaia tem centralizado demais o poder e errou ao permitir que Leão participasse de todas as decisões relativas ao futebol do Palmeiras.
Uma das maiores críticas dos dirigentes a Leão é o fato de ele ter, na avaliação desses diretores, relegado as categorias de base e o time B a um segundo plano e preferido indicar jogadores de fora do clube como reforços.
Por isso, uma reformulação no modo de tratar o departamento de futebol já foi acertada. Uma das mudanças deverá ser a volta dos treinamentos da equipe B ao CT da Barra Funda.
Por ordem de Leão, os jogadores do segundo time palmeirense vinham treinando na "Academia 2", em Guarulhos.
"O técnico do time principal tem que observar o time B. Tem jogadores lá em condições de atuar no time A", disse Cyrillo Jr.


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