São Paulo, sábado, 24 de abril de 1999

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FUTEBOL
Integrantes do Clube dos 13 anunciam apoio à manobra para alçar cariocas, atualmente na terceira divisão
Lançado plano para resgatar Flu

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local

Já está pronto um plano para alçar o Fluminense de volta à primeira divisão do Brasileiro.
Rebaixado três vezes em três anos, o clube conta com apoio do Clube dos 13, que reúne os 16 principais times do Brasil, para uma nova virada de mesa.
A entidade irá defender a fusão das Séries B e C, o que poderia fazer o Fluminense saltar da terceira divisão em 1999 para a primeira no ano 2000.
A idéia, apresentada por Francisco Horta, que comanda o departamento de futebol do Fluminense, teve oposição, numa primeira reunião, apenas de Eurico Miranda, vice-presidente do Vasco, que estava de relações estremecidas com o rival por causa de um W.O. dado no Torneio Rio-São Paulo.
Mas, numa segunda reunião, Miranda não se opôs ao plano para ajudar o time de Horta.
Pela proposta do dirigente do Fluminense, os quatro primeiros colocados da Série B se juntariam aos dois primeiros da Série C e, após a disputa de um hexagonal, os dois mais bem colocados subiriam para a primeira divisão em 2000.
A segunda proposta, também feita para auxiliar a equipe carioca, partiu do São Paulo, um dos clubes que mais têm defendido os interesses do Fluminense, e prevê, como a primeira, a mescla das Séries B e C do Brasileiro em 1999.
A diferença é que, em vez de seis equipes, haveria um encontro entre 16 times, os dez mais bem classificados da segunda divisão e os seis melhores da terceira.
As 16 equipes iniciariam as oitavas-de-final, disputadas pelo sistema mata-mata. As duas finalistas subiriam para a Série A.
Sem a fusão das Séries B e C, o Fluminense não teria condições de disputar a primeira divisão do Brasileiro no ano que vem. Poderia, no máximo, voltar à Série B em 2000 e, se ficasse entre os dois mais bem colocados no ano que vem, retornaria à divisão principal em 2001.
A virada de mesa não é a primeira a ser orquestrada para ajudar a equipe do Rio.
Em 1996, o time carioca, 23º colocado no Brasileiro, foi, de acordo com o regulamento, rebaixado para a segunda divisão. Mas Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, anulou o rebaixamento, beneficiando Fluminense e Bragantino. Ele usou como justificativa irregularidades cometidas por Ivens Mendes no comando da comissão de arbitragem da entidade.
Mesmo assim, em 1997, o Fluminense voltou a fazer péssima campanha na Série A, ficando em 25º lugar e caindo para a Série B.
A equipe carioca chegou a pedir ao Clube dos 13 que fundasse uma liga independente da CBF, a fim de evitar seu rebaixamento, mas não foi atendida.
No ano passado, para piorar, a má campanha foi na Série B e o rebaixamento, para a C.
Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, que em 98 havia dito que renunciaria ao cargo se houvesse virada de mesa, foi procurado pela Folha, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.
Mas José Augusto Bastos Neto, presidente do São Paulo, e Alberto Dualib, presidente do Corinthians, dizem que não há motivos para a renúncia de Koff.
"O Fluminense só voltará à primeira divisão se se sair bem em campo", disse Bastos Neto. "Não se trata de golpe, nada disso..."
"Não há virada de mesa. Qualquer time da Série C para subir vai ter que passar pelos melhores da Série B", defendeu Dualib.
A Confederação Brasileira de Futebol, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que a decisão a respeito da nova fórmula de disputa cabe aos clubes e que acatará o que for definido em reunião entre os participantes da Série B, ainda sem data definida.



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