|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RÉGIS ANDAKU
No momento de maior poder, o presidente da CBT caminha para ficar mais isolado do
que quando liderava uma causa quase impossível
Exército de um homem só?
JORGE LACERDA da Rosa começou só. Poucos deram atenção
quando disparou críticas à
presidência da Confederação Brasileira de Tênis. Era um desconhecido na sombra. De tanto insistir, foi
percebido. Com idéias e discursos,
angariou os primeiros apoiadores.
Não demorou para subir o tom
das declarações contra a CBT. Aí, as
declarações já eram acusações.
Quando os críticos reagiram no
mesmo tom, atacando seu caráter e
desdenhando de suas chances, eis
que os melhores tenistas do país,
um a um, colocaram-se a seu lado.
O solitário dirigente passava, então, a ter quase a unanimidade a seu
lado: tenistas, ex-tenistas, treinadores, empresários, organizadores de
competições, comentaristas esportivos, pais de tenistas e dirigentes
de todo o país.
Estava preparado para um processo eleitoral digno de Brasil na
CBT: confuso, tumultuado, com
grupos se atacando, acusações baixas, regras confusas ou mudanças
de regras, alterações de datas, suspeitas, apelações à Justiça, decretos, guerra de liminares, intervenções e até troca de fechadura contra
"entradas indesejadas" na sede da
principal entidade de tênis do país.
Forte, incentivado por muitos,
apoiado por vários, venceu os combates e assumiu com poderes quase
imperiais o controle do tênis nacional. Peitou quem ainda ousava atravessar seu caminho, aproximou-se
dos que poderiam ajudar, ouviu
quem tinha a dizer e, assim, passou
a dirigir a CBT com seu jeito forte e
contundente.
Um ano depois, agora, aqueles
que na posição de fracos e oprimidos se colocaram ao lado de Rosa
passam a reavaliar seu apoio, sua
ajuda, sua confiança. No momento
de maior poder, o presidente pode
ficar mais isolado do que quando,
na oposição, liderava uma causa
quase impossível.
É claro: ferrenhos defensores já
não apresentam aquela euforia inicial, apoiadores já mostram uma
ponta de insatisfação, alguns desiludidos se distanciam, outros céticos descrêem. Aqui e ali começam a
pipocar intrigas e futricas; lá e acolá, uma palavra revoltada.
O dirigente reconhece isso: "Muitos participam e acham que, amanhã, você tem obrigação de retorno
com eles. Se alguém entrou pensando nisso, entrou na turma errada",
afirma o dirigente, claro e contundente como sempre. "Agora você
começa a ver quem estava a fim de
trabalhar", dá o recado a aqueles
que já conhece.
O homem que prometeu unir todos os interesses do tênis brasileiro
tem agora uma dura missão: unir os
seus próprios aliados. É talvez seu
maior trabalho neste segundo ano
de poder. Como ele próprio gosta
de dizer, "nada melhor que o tempo
para mostrar os resultados".
EM PARIS
O Aberto da França começa no
domingo com a bolsa de apostas dividida entre Rafael Nadal e Roger
Federer (nesta exata ordem). E
sem Gustavo Kuerten.
EM PERNAMBUCO
O gaúcho Lucas Engel conquistou o título da 2ª edição do Chesf
Open Internacional, torneio da série future disputado em Recife. Na
final, no Squash Tennis Center, bateu o paulista Alexandre Simoni
em dois sets. Nesta semana, Florianópolis recebe o Pfizer Potência
Open, no Costão do Santinho
NO MATO GROSSO DO SUL
A terceira etapa da Credicard
MasterCard Junior's Cup vai até
domingo, em Campo Grande. Na
segunda, Itajaí passa a receber a segunda etapa do Circuito Unimed.
@ - reandaku@uol.com.br
Texto Anterior: Chance: Marcelinho pode ser escalado Próximo Texto: Morumbi abre clássico para ninguém Índice
|