São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2006

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RÉGIS ANDAKU

No momento de maior poder, o presidente da CBT caminha para ficar mais isolado do que quando liderava uma causa quase impossível

Exército de um homem só?

JORGE LACERDA da Rosa começou só. Poucos deram atenção quando disparou críticas à presidência da Confederação Brasileira de Tênis. Era um desconhecido na sombra. De tanto insistir, foi percebido. Com idéias e discursos, angariou os primeiros apoiadores.
Não demorou para subir o tom das declarações contra a CBT. Aí, as declarações já eram acusações.
Quando os críticos reagiram no mesmo tom, atacando seu caráter e desdenhando de suas chances, eis que os melhores tenistas do país, um a um, colocaram-se a seu lado.
O solitário dirigente passava, então, a ter quase a unanimidade a seu lado: tenistas, ex-tenistas, treinadores, empresários, organizadores de competições, comentaristas esportivos, pais de tenistas e dirigentes de todo o país.
Estava preparado para um processo eleitoral digno de Brasil na CBT: confuso, tumultuado, com grupos se atacando, acusações baixas, regras confusas ou mudanças de regras, alterações de datas, suspeitas, apelações à Justiça, decretos, guerra de liminares, intervenções e até troca de fechadura contra "entradas indesejadas" na sede da principal entidade de tênis do país.
Forte, incentivado por muitos, apoiado por vários, venceu os combates e assumiu com poderes quase imperiais o controle do tênis nacional. Peitou quem ainda ousava atravessar seu caminho, aproximou-se dos que poderiam ajudar, ouviu quem tinha a dizer e, assim, passou a dirigir a CBT com seu jeito forte e contundente.
Um ano depois, agora, aqueles que na posição de fracos e oprimidos se colocaram ao lado de Rosa passam a reavaliar seu apoio, sua ajuda, sua confiança. No momento de maior poder, o presidente pode ficar mais isolado do que quando, na oposição, liderava uma causa quase impossível.
É claro: ferrenhos defensores já não apresentam aquela euforia inicial, apoiadores já mostram uma ponta de insatisfação, alguns desiludidos se distanciam, outros céticos descrêem. Aqui e ali começam a pipocar intrigas e futricas; lá e acolá, uma palavra revoltada. O dirigente reconhece isso: "Muitos participam e acham que, amanhã, você tem obrigação de retorno com eles. Se alguém entrou pensando nisso, entrou na turma errada", afirma o dirigente, claro e contundente como sempre. "Agora você começa a ver quem estava a fim de trabalhar", dá o recado a aqueles que já conhece.
O homem que prometeu unir todos os interesses do tênis brasileiro tem agora uma dura missão: unir os seus próprios aliados. É talvez seu maior trabalho neste segundo ano de poder. Como ele próprio gosta de dizer, "nada melhor que o tempo para mostrar os resultados".
EM PARIS
O Aberto da França começa no domingo com a bolsa de apostas dividida entre Rafael Nadal e Roger Federer (nesta exata ordem). E sem Gustavo Kuerten.

EM PERNAMBUCO
O gaúcho Lucas Engel conquistou o título da 2ª edição do Chesf Open Internacional, torneio da série future disputado em Recife. Na final, no Squash Tennis Center, bateu o paulista Alexandre Simoni em dois sets. Nesta semana, Florianópolis recebe o Pfizer Potência Open, no Costão do Santinho

NO MATO GROSSO DO SUL
A terceira etapa da Credicard MasterCard Junior's Cup vai até domingo, em Campo Grande. Na segunda, Itajaí passa a receber a segunda etapa do Circuito Unimed.

@ - reandaku@uol.com.br


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