São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2004

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PAINEL FC

O $ da questão
Em oito meses, o são-paulino Marcelo Portugal Gouvêa recebeu R$ 240 mil para presidir uma liga que teve extinção aprovada em abril de 2003. O salário, de R$ 30 mil/mês, aumentou o racha entre os grandes do Rio-SP e isolou mais a candidatura Juvenal Juvêncio, que ganhou R$ 7.000/mês até fevereiro, à presidência do Clube dos 13.

Fogo cruzado 1
O primeiro a atirar foi o vascaíno Eurico Miranda, que não aprovou as contas da Liga Rio-SP. "O cara ganha R$ 240 mil para não fazer nada e vem dizer que o Vasco é que deve dinheiro à liga. Uma boquinha dessas não sobra para mim."

Fogo cruzado 2
Gouvêa disse que o salário foi definido em estatuto e que seu antecessor, Eduardo Farah, também o recebia. E atacou Marcelo Teixeira. "Negociei ações com a Globo e com o sindicato dos atletas. Isso é coisa do Santos, que é contra tudo que faço. Na hora de receber o cheque [de R$ 100 mil, do acordo com a TV], ninguém reclamou."

Fogo cruzado 3
O santista rebateu. "O São Paulo se ofereceu graciosamente para gerir a liga, ofereceu o Morumbi. Não deveria receber para presidir uma entidade burocrática, que não organiza nada. Realmente, os Marcelos só têm o nome em comum", disse Teixeira, sobre o são-paulino Gouvêa.

Recompensa
A situação é tão ruim no Corinthians que, no treino de ontem, o time titular tomou um gol de cabeça do reserva Élton, 18. O atacante mede 1,56 m. O mais baixo da zaga é Valdson: 1,78 m. Depois do feito, Élton ganhou posição na equipe principal.

Por procuração
Filho de Pelé, Edinho se reuniu com a cúpula santista. Quer atrelar alguns dos projetos de seu pai à Vila Belmiro.

O todo e a parte
O Ministério do Esporte vai solicitar audiência com integrantes do TCU -que, em levantamento inédito, revelado pela Folha, avaliou que o governo fere a Constituição ao priorizar o esporte de alto nível. Dirá que isso só ocorre por causa do patrocínio das estatais e que, considerando o orçamento do ministério, não há conflito.

Só depende do visto
Afastado da Secretaria do Estado da Juventude de SP, Lars Grael aceitou convite para ser coordenador técnico da equipe brasileira de vela em Atenas. Quer apenas conversar com o governador Geraldo Alckmin antes de arrumar as malas.

À disposição
O iatista, que saiu do governo porque estava cotado para ser vice de José Serra (PSDB) à Prefeitura de São Paulo, já fez chegar aos ouvidos de Alckmin que está pronto para reassumir a pasta. O PFL indicou Gilberto Kassab para integrar a chapa.

Ato falho
Em busca da própria identidade no futebol do ABC paulista, o Santo André não conseguiu firmá-la na partida de ida da final da Copa do Brasil. No gol de Romerito, Galvão Bueno narrou: "Goooool... do São Caetano". Teve, na seqüência, de pedir desculpas no ar aos torcedores da equipe andreense.

África unida
Autor do gol que levou o Santo André à final da competição, Makanaki, 20, sofre de "crise de identidade" para explicar o apelido. Disse que é uma homenagem do seu procurador a um ex-jogador da Nigéria. Na verdade, o Makanaki original atuou na Copa-90 por Camarões.

Ibope
A Eurocopa rendeu à Record o segundo lugar na audiência ontem. Alemanha x República Tcheca alcançou oito pontos no Ibope, contra seis do SBT. O número é superior à média da emissora no Brasileiro (cinco).

Novo saque
Ricardo Acioly, ex-capitão do Brasil na Copa Davis, foi reeleito pelo conselho de jogadores da ATP representante da classe nas Américas para a entidade. No cargo há dois anos, Acioly tem novo mandato até 2007.

E-mail:
painelfc.folha@uol.com.br

DIVIDIDA

De Mustafá Contursi, presidente do Palmeiras e do Sindafebol, sobre a legislação esportiva brasileira:
- É preciso ter um Estatuto do Futebol. Em dez anos, tivemos cinco leis diferentes. Não é possível nos misturar com o pessoal da bolinha de gude.

CONTRA-ATAQUE

0 a 0 para quem?

A campanha do título estadual do Botafogo em 1957 foi marcada por fatos pouco comuns no futebol de hoje. Primeiro, o técnico João Saldanha, recém-contratado e avesso às superstições, passou a prestigiar o roupeiro do clube, Aloísio Ferreira.
Ferreira, que havia levado uma bronca por ter faltado ao serviço numa terça-feira, após uma vitória do Botafogo sobre o América, ganhou de Saldanha folga todas as terças, pois o técnico acreditava que isso estivesse trazendo sorte ao time.
A campanha levou o clube a lutar pelo título. No jogo decisivo contra o Fluminense, no qual o Botafogo precisava vencer, Saldanha disse aos atletas:
- Não esqueçam. Só a vitória nos interessa. Já vamos entrar em campo perdendo de 0 a 0.
E o Botafogo correspondeu: venceu por 6 a 2 e levou o título.


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