São Paulo, sábado, 24 de junho de 2006

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Tostão

Ganhar ou adeus

Na dúvida, os juízes, sem perceber, erram mais a favor dos mais fortes

ALEMANHA E Suécia e Argentina e México fazem hoje os dois primeiros jogos das oitavas-de-final. Alemanha e Argentina têm um pouco mais de chances de vencer, mas as diferenças são pequenas. Não serão zebras as vitórias do México e da Suécia. A Alemanha é a única seleção que marca por pressão. Como um dos armadores pelo meio (Ballack) tem mais características de meia ofensivo do que de volante, e os dois meias, um de cada lado, atuam muito abertos, o outro volante (Frings) fica muitas vezes sozinho na marcação. As principais jogadas ofensivas alemãs são pelos lados, com cruzamentos para Klose. A Suécia mostrou nos três jogos que tem uma equipe no nível das melhores da Europa. Há três excelentes jogadores do meio para a frente, Larsson, Ibrahimovic e Ljungberg. O time é forte fisicamente, marca muito e prioriza as jogadas ofensivas pelo alto. A principal qualidade da Argentina é o toque de bola, sob o comando do meia Riquelme. Mas, quando o futebol passa a ser excessivamente cadenciado, torna-se a principal deficiência da equipe. Pekerman, como Parreira, está em dúvida sobre a escalação do ataque. Há várias boas opções. A Argentina adotou a moda européia com um lateral-zagueiro (Burdisso), formando uma linha de quatro defensores. Isso somente se justifica quando o adversário tiver um atacante hábil e veloz do mesmo lado. O México tem um time rápido, habilidoso, mas afobado na definição das jogadas. Perde muitos gols. Essa é mais uma chance de o México mostrar a sua ascensão. Seria paranóico acreditar que possa haver uma ordem explícita para os árbitros favorecerem os alemães e outras fortes seleções, como a do Brasil, cujas presenças até os jogos finais seria importante para o sucesso do Mundial. Mas acredito que existe uma pressão não-explícita, subjetiva, subliminar. Na dúvida, os árbitros, sem perceber e sem racionalizar, costumam errar mais a favor dos mais fortes do que dos mais fracos. Isso acontece em todos os campeonatos do mundo.

tostao.folha@uol.com.br


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