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Tostão
Ganhar ou adeus
Na dúvida, os juízes, sem perceber,
erram mais a favor
dos mais fortes
ALEMANHA E Suécia e
Argentina e México
fazem hoje os dois
primeiros jogos das oitavas-de-final. Alemanha e
Argentina têm um pouco
mais de chances de vencer, mas as diferenças são
pequenas. Não serão zebras as vitórias do México
e da Suécia.
A Alemanha é a única
seleção que marca por
pressão. Como um dos armadores pelo meio (Ballack) tem mais características de meia ofensivo do
que de volante, e os dois
meias, um de cada lado,
atuam muito abertos, o
outro volante (Frings) fica
muitas vezes sozinho na
marcação. As principais
jogadas ofensivas alemãs
são pelos lados, com cruzamentos para Klose.
A Suécia mostrou nos
três jogos que tem uma
equipe no nível das melhores da Europa. Há três
excelentes jogadores do
meio para a frente, Larsson, Ibrahimovic e Ljungberg. O time é forte fisicamente, marca muito e
prioriza as jogadas ofensivas pelo alto.
A principal qualidade da
Argentina é o toque de bola, sob o comando do meia
Riquelme. Mas, quando o
futebol passa a ser excessivamente cadenciado, torna-se a principal deficiência da equipe.
Pekerman, como Parreira, está em dúvida sobre a escalação do ataque.
Há várias boas opções. A
Argentina adotou a moda
européia com um lateral-zagueiro (Burdisso), formando uma linha de quatro defensores. Isso somente se justifica quando
o adversário tiver um atacante hábil e veloz do mesmo lado.
O México tem um time
rápido, habilidoso, mas
afobado na definição das
jogadas. Perde muitos
gols. Essa é mais uma
chance de o México mostrar a sua ascensão.
Seria paranóico acreditar que possa haver uma
ordem explícita para os árbitros favorecerem os alemães e outras fortes seleções, como a do Brasil, cujas presenças até os jogos
finais seria importante para o sucesso do Mundial.
Mas acredito que existe
uma pressão não-explícita, subjetiva, subliminar.
Na dúvida, os árbitros,
sem perceber e sem racionalizar, costumam errar
mais a favor dos mais fortes do que dos mais fracos.
Isso acontece em todos os
campeonatos do mundo.
tostao.folha@uol.com.br
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