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Klinsmann desafia "catástrofe"
Em alta depois da avalanche de críticas, técnico comanda Alemanha no mata-mata contra a Suécia
Treinador reconhece que eliminação hoje apagará ótima campanha, com 8 gols marcados e somente 2 sofridos, que calou críticos
GUILHERME ROSEGUINI
ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE
O discurso é o mesmo: o objetivo da Alemanha é ser campeã.
A forma como as palavras de
Jürgen Klinsmann são recebidas, porém, mudou. Há 16 dias,
o técnico era tachado de tolo ao
dizer que os anfitriões poderiam erguer a taça. Motivos para ridicularizá-lo não faltavam.
Afinal, era quase um forasteiro -vive nos EUA desde 1998-
no comando do time, peitara
um dos ídolos do país, apostara
em técnicas alternativas de
motivação e, além disso, dizia
que novos talentos iriam acabar com a modorra do ataque.
Ontem, na véspera do primeiro jogo dos mata-matas,
com a Suécia, a afirmação não
soou como devaneio. Ao contrário: foi recebida com entusiasmo por um país que recupera a esperança de obter o tetra.
Klinsmann sabe que suas
apostas deram certo até aqui,
mas não ousa comemorar. "Ser
eliminado agora ou nas quartas-de-final seria uma catástrofe", diz o ex-jogador da seleção.
Ao assumir um elenco em
crise, eliminado na primeira fase da Eurocopa-04, Klinsmann
avisou: tudo seria do seu jeito.
Os dirigentes nem sonhavam
com o que estaria por vir. De cara, pôs seus prediletos no time.
Elegeu Oliver Bierhoff, ex-companheiro de seleção, como
manager e usou nomes que
seus conterrâneos não engoliram, como Mark Verstegen,
preparador físico americano.
Quando Klinsmann anunciou que não voltaria a morar
em Stuttgart e seguiria a vida
em Huntington Beach (EUA),
as críticas pipocaram.
Em campo, baniu o esquema
com três zagueiros e buscou jovens de vocação ofensiva, como
o meia Schweisteiger e o atacante Podolski, ambos com 21
anos. Depois, anunciou que o
goleiro Kahn, melhor jogador
da Copa-02, não era mais titular. Lehmann ganhara a vaga.
Klinsmann não se abalou
nem quando levou 4 a 1 em
amistoso com a Itália, em março. Manteve sua filosofia intacta e implantou técnicas de motivação aprendidas nos EUA.
Chegou a levar o grupo para
uma aula sobre como montar
relógios na Suíça. O objetivo:
melhorar a concentração.
Sua metodologia fez o time
eficiente. Nos três duelos iniciais da Copa, o ataque anotou
oito gols. A defesa levou dois.
Seu estilo no banco lembra o
de Luiz Felipe Scolari. Fica em
pé o jogo todo e celebra muito
os gols, com socos no ar. Parece
querer entrar nas quatro linhas
para apagar suas "maiores frustrações como jogador", como
batiza as eliminações da Alemanha nas Copas de 94 e 98.
Klinsmann jura, contudo,
que não vai tornar este Mundial uma cruzada pessoal. "O
que está em jogo é a seleção."
NA TV - Alemanha x Suécia
Globo, Sportv, Bandsports, ESPN
Brasil e Directv, ao vivo, às 12h
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