São Paulo, terça-feira, 24 de julho de 2001

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FUTEBOL

Mesmo endividados, Grêmio e Flamengo dizem que parceria os ajudou a atingir Libertadores

Brasileiros creditam sucesso à ISL

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Curiosamente, Flamengo e Grêmio só conseguiram suas maiores glórias recentes após encerrarem em maio a parceria com a falida ISL e ficarem endividados.
Ambos são os únicos times brasileiros que já conquistaram vagas na Libertadores de 2002.
A do Grêmio foi obtida com o título da Copa do Brasil, em junho. Para o Flamengo, o posto veio com a conquista, no último dia 11, da Copa dos Campeões.
O clube carioca não disputa a Libertadores desde 1993. Seu único título foi conseguido em 1981.
No Flamengo, porém, o posto obtido sem a ISL não é usado como vingança contra a empresa, que deixou o clube endividado.
Pelo contrário. A conquista da vaga é dedicada à ISL, que teve sua falência decretada no final de maio pela Justiça da Suíça.
A avaliação é a de que só foi possível obter o posto na Libertadores porque houve o investimento anterior da empresa.
""Tanto Grêmio quanto Flamengo só conseguiram as vagas porque antes tiveram o dinheiro da ISL para contratar os jogadores", disse o vice-presidente de futebol do clube carioca, Walter Oaquim.
A parceria com a empresa renderia ao Flamengo US$ 80 milhões por 15 anos de contrato.
A duração do acordo não chegou a ter 10% do previsto, já que a parceria foi encerrada menos de um ano e meio após seu início.
O término precoce deixou o Flamengo em situação financeira ruim. ""A gente recebia um valor por mês. Quando isso acabou, ficou difícil", contou Oaquim.
Hoje, segundo os atletas, os salários estão atrasados em dois meses. Para contornar isso, o Flamengo começou a fazer caixa com as negociações das transferências de alguns jogadores.
Na última quarta, foi anunciado pelo clube o empréstimo por um ano do paraguaio Gamarra ao AEK (Grécia). A quantia cobrada foi de US$ 1 milhão. São estudadas ainda propostas pelas transferências de outros atletas.
No Grêmio, o vice-presidente Jayme Eduardo Machado também dá crédito à ISL pela conquista da vaga na Libertadores.
""É claro que isso [a parceria" nos favoreceu. Contratamos vários jogadores e ficamos com os que deram certo", avaliou.
A empresa aplicou US$ 17 milhões no Grêmio. Com o rompimento contratual, houve um acordo pelo qual a ISL terá de repassar ainda R$ 5 milhões.
A dívida atual do clube gaúcho é de R$ 25 milhões, o que, segundo Machado, representa valores "perfeitamente administráveis".
O Grêmio também teve de, após obter o posto na Libertadores, negociar a transferência de atletas, como Marcelinho, que foi para o Hertha Berlim (Alemanha).



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