São Paulo, domingo, 24 de julho de 2005

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AUTOMOBILISMO

Quinto no grid em Hockenheim, heptacampeão mundial diz que "toda história de sucesso tem um fim"

Alemanha começa adeus a Schumacher

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A HOCKENHEIM

A charge do jornal distribuído no autódromo mostra um Michael Schumacher cabisbaixo, bandeirinha da Alemanha na mão. No paddock, o heptacampeão admite que "toda grande história do esporte um dia chega ao fim". As arquibancadas, lotadas, disparam buzinas a cada saída do ídolo para a pista. Que soam a uma forçada despedida.
A ficha caiu, empurrada pelos maus resultados na temporada. E hoje, em Hockenheim, a Alemanha começa a se despedir do maior esportista que já produziu.
Recordista absoluto de títulos, vitórias, pontos e voltas mais rápidas da F-1, Schumacher pode correr pela última vez em casa, o que, por ora, nega veementemente. Mas, mesmo que cumpra o contrato e só se aposente no fim de 2006, a prova de Hockenheim já será um marco: pela primeira vez desde que impôs seu domínio na categoria, ele se apresenta como azarão diante de sua torcida.
Os motivos: seus 36 anos -é, hoje, o mais velho do grid-, a decadência ferrarista e a ascensão de uma nova geração, comandada pelo trio Fernando Alonso, Kimi Raikkonen e Jenson Button.
O GP da Alemanha, 12ª etapa do Mundial de F-1, começa às 9h (horário de Brasília), com TV. E, não por coincidência, o alemão larga atrás dos candidatos à sua sucessão: é só o quinto no grid.
"Não somos rápidos o bastante, é simples", declarou ontem, um discurso diferente daquele que defendeu em Nurburgring, em maio. Na ocasião, na primeira das duas etapas da F-1 na Alemanha, ele ainda apostava na reação.
Reflexo de sua situação de impotência, o clima de nostalgia antecipada é claro em Hockenheim.
"O artigo mais procurado neste ano é o boné da Renault", afirma Sinan Kasap, cuja barraca, em uma rua da pequena cidade, vende de tudo ligado à categoria.
Embora não divulgue números, a TV alemã também sofre. "O público sente a falta de um herói", diz a assessoria da RTL.
"Tivemos que reduzir preços dos produtos e estamos fazendo promoções", conta Daniela Rohs, gerente de uma loja de produtos licenciados.
A mais bem-sucedida: o torcedor que compra uma toalha com o rosto de Schumacher ganha um barbeador. Mas a própria gerente se encarrega de desvincular o êxito da promoção ao piloto. "Há muitos campings aqui, e as pessoas precisam dessas coisas."


NA TV - GP da Alemanha, Globo, ao vivo, às 9h

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