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FUTEBOL
Quatro vagas para cinco
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Zagallo reapareceu mais
magro, mais eufórico e disse
em uma entrevista que o quarteto
com dois meias e dois atacantes
começou no amistoso em Hong
Kong, quando o Brasil venceu por
7 a 1. Juninho atuou pela direita,
Ronaldinho Gaúcho pela esquerda, e Robinho e Ricardo Oliveira
no ataque. Kaká, Adriano e Ronaldo não jogaram.
Estava de férias e não assisti a
esse jogo. Como ninguém da imprensa comentou a mudança tática, apesar de o jogo ter sido
transmitido ao vivo, pensava que
o quarteto tinha iniciado contra o
Peru, pelas eliminatórias.
Apesar do show contra o Paraguai e alguns bons momentos, o
Brasil só mostrou um bom conjunto com essa formação nas partidas contra Alemanha e Argentina, quando Kaká e Ronaldinho
atuaram mais pelos lados, marcando mais atrás e perto dos volantes. Em alguns momentos, Kaká parecia um terceiro volante.
Mas, quando o time recuperava a
bola, os dois chegavam rápido ao
ataque. Nas partidas anteriores,
Kaká e Ronaldinho atuaram
mais pelo meio e próximos dos
atacantes.
A diferença da maneira que o
Brasil jogou nas partidas contra
Argentina e Alemanha para o
tradicional 4-4-2 da Europa e utilizado pelo Parreira em 1994, com
uma segunda linha de quatro no
meio-campo, é que os dois meias
atuais não são tão fixos e possuem talento e velocidade para se
tornarem atacantes.
Com a suspensão do Ronaldinho Gaúcho para o jogo contra o
Chile, quem irá substituí-lo, sem
mudar o desenho tático?
Pela lógica, deve sair um meia e
entrar outro. Poderia ser o Ricardinho ou o Alex ou o Zé Roberto
(entraria Renato de volante) ou
até o Juninho pela esquerda.
Eu escalaria o Robinho (se voltar a atuar), jogando mais recuado pela esquerda. Com a sua leveza, ele pode marcar e chegar ao
ataque, como fez Ronaldinho
Gaúcho.
No inicio de sua carreira no
Santos, Robinho jogou dessa forma. Adriano e Ronaldo formariam a dupla de atacantes.
Não querendo ser contador de
vantagem, mas sendo, escrevi várias vezes, quando o Robinho não
era nem cogitado para ser convocado e o Parreira ironizava a escalação de dois meias e dois atacantes, que uma opção para o esquema da época com três volantes e um meia seria o 4-4-2, com
Kaká pela direita, Robinho pela
esquerda e os dois Ronaldinhos
no ataque.
É o esquema atual da seleção. A
diferença é que Ronaldinho Gaúcho atuou mais atrás, e Robinho,
mais à frente. Assim ficou melhor.
Os dois podem também se revezar
durante a partida, além de o Robinho ser um bom substituto para
o Ronaldinho.
O Brasil tem cinco craques para
quatro posições. Escolher e revezar o que vai ficar no banco será o
grande desafio do Parreira.
Baixinhos e altinhos
Hoje, enquanto o Atlético-MG
deve manter os três atacantes
(Marques pela esquerda, Luis
Mario pela direita e Fábio Júnior
pelo centro), o Palmeiras não poderá usar os três baixinhos, já que
Juninho foi suspenso.
Cada uma das equipes, com formações bem diferentes, fez quatro
gols na última rodada. O Atlético-MG teve ótima atuação.
A maioria dos times em todo o
mundo joga com um centroavante, artilheiro, mais fixo e outro
atacante mais pelos lados.
Prefiro dois atacantes que se
movimente na frente e que os dois
dêem passes e façam gols. Um time não deveria depender tanto
de um único artilheiro.
Não se pode confundir também
jogadores que se movimentam
bastante no ataque e que recuam
para armar as jogadas, mas que
têm características de atacante,
como Robinho, Deivid e outros,
com meias que avançam, como
Juninho e Pedrinho. Marcinho é
um meia com mais característica
de atacante.
O esquema do Atlético-MG,
com dois atacantes pelos lados e
um centroavante, é muito usado
na Europa.
Os holandeses sempre atuaram
dessa forma. Para funcionar bem,
os "pontas" não deveriam ser tão
fixos e precisam recuar para marcar os laterais. Só o centroavante
fica fixo no ataque.
A presença de três jogadores leves, habilidosos e sem posição fixa
no ataque, como os três do Palmeiras, só funciona bem quando
o time prioriza o contra-ataque.
De qualquer forma, é melhor escalar três baixinhos espertos no
ataque do que um centroavante
alto, pesado e grosso.
E-mail: tostao.folha@uol.com.br
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