|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ginasta não sabe se "agüenta" chegar até 2008
DOS ENVIADOS A ATENAS
Daiane dos Santos mostrou
pouco entusiasmo com a possibilidade de voltar a competir nos Jogos Olímpicos. "Eu não sei se eu
fico, se vou agüentar."
Em Pequim-2008, terá 25 anos.
"Minha cabeça está legal. [Mas]
eu já fui operada três vezes, então
não sei se vou render tanto. E as
meninas vão ser bem mais novas
do que eu, para eu chegar em forma vou ter que ralar muito. Então
não sei se eu agüento mais."
"Pode ser que eu fale que vou ficar para ver que resultado eu tenho. Pode ser que eu fale: "Estou
cansada para a ginástica". Acho
que tem meninas que vão dar
mais nota para o Brasil do que
eu", afirmou ela ontem.
Daiane falou que sua participação já tem um saldo a mostrar,
continuando ou não. "Se eu não
agüentar mais para a frente, acho
que eu já fiz minha parte. Se eu
não conseguir ficar, acho que a
gente vai estar muito bem representado", declarou.
Adriana Alves, sua primeira
treinadora, esteve no ginásio ontem para acompanhar seu desempenho e fez aposta mais otimista
que a da ginasta. "Acho que ela
tem condição de chegar a Pequim, em 2008", afirmou.
Apesar do tom pessimista, a
própria Daiane fez questão de
lembrar ontem a situação que viveu nos Jogos Olímpicos de
Sydney, em 2000.
Lá, acabou ficando fora da
Olimpíada -competiram Daniele Hypólito e Camila Comin.
"Eu fiquei com tanta raiva porque eu não vim. Isso me deu força
para chegar a 2004", disse. Daniele, aliás, é uma das atuais integrantes da seleção que fala em
tentar competir em Pequim.
Daiane apontou como destaque
da nova geração a atleta que mais
carrega as apostas da Confederação Brasileira de Ginástica. "A
Laís [Souza] é uma esperança plena. Ela é muito boa mesmo."
Daiane disse que sai satisfeita de
Atenas, embora pudesse estar
"mais feliz". "Eu cheguei aonde
eu queria chegar, cheguei a uma
final de Olimpíada."
Um grande passo para quem foi
descoberta, há dez anos, em uma
pracinha de Porto Alegre em cima
de um trepa-trepa por uma professora. E uma grande superação
para quem sofreu nada menos
que três cirurgias de joelho e uma
no tendão-de-aquíles.
"Imagina, eu estava muito bem,
chega alguém e diz: "Você precisa
fazer uma operação amanhã".
Tem que todo dia fazer fisioterapia, mais treino, mais tudo para
chegar aqui bem para poder competir. Deus me deu uma lição
grande, no ano passado e neste."
No curto prazo, Daiane vai tirar
uma semana de férias. "Depois
volta tudo ao normal". Quer treinar para manter-se na liderança
do ranking da Copa do Mundo.
Quer também cursar direito
-atualmente estuda educação física em Curitiba. Além disso, pretende exercer alguma atividade
envolvendo crianças excepcionais. "Vou trabalhar como uma
pessoa normal."
(RD, EA E GR)
Texto Anterior: Perfil: Atleta deixa praça de Porto Alegre e provoca revolução no esporte Próximo Texto: Frase Índice
|