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VÔLEI DE PRAIA
Como nos Jogos passados, país alcança as decisões no feminino e no masculino
Duplas do Brasil querem reescrever decisões de prata de Sydney-2000
LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
A chance brasileira de redenção
começa hoje e termina amanhã.
O vôlei de praia do país atingiu,
pela segunda vez consecutiva,
duas finais olímpicas, uma no feminino, outra no masculino
-duas pratas estão garantidas.
Ontem, no Cento Olímpico de
Vôlei de Praia, em Faliro, Adriana
Behar/Shelda e Ricardo/Emanuel
triunfaram nas semifinais e mantiveram suas campanhas invictas.
Nas decisões nas areias de Bondi Beach, em Sydney, quatro anos
atrás, três desses personagens foram protagonistas. De derrotas.
Derrotas que deixaram o Brasil
com fama de "pipoqueiro" em
Olimpíada, apagando parcialmente a vitoriosa imagem de
Atlanta-96, quando Jacqueline/
Sandra e Mônica/Adriana Samuel
foram ouro e prata, na estréia da
modalidade nos Jogos.
Os medalhistas de prata tentam
disfarçar, mas é visível o incômodo que sentem ao serem questionadas sobre a experiência na Austrália. Principalmente Shelda.
"De novo isso? Já disse, não era
para a gente ter ganho, e pronto.
Quem sabe agora os deuses não
estejam do nosso lado?"
Ela e Behar têm às 15h de hoje a
chance da redenção, após superar
nas semifinais as australianas Natalie Cook e Nicole Sanderson por
21/17 e 21/16. As rivais serão as
americanas Misty May e Kerri
Walsh, que venceram o duelo
com as compatriotas Elaine
Youngs e Holly McPeak.
O triunfo de ontem serviu para
as brasileiras darem o troco em
Natalie Cook, que ao lado de Kerri-Ann Pottharst foi a algoz na decisão do ouro em Sydney.
"Shelda sacou muito bem, e
Adriana esteve quase perfeita no
ataque", afirmou Cook, ao acrescentar que o fato de ela estar do
outro lado serviu de motivação
para as brasileiras. "Em Sydney,
Kerri e eu ganhamos. Com certeza vinham esperando há tempos
por este momento."
"Estamos felizes por estar em
mais uma final olímpica. Diferentemente de Sydney, quando a
gente era muito superior, não sabia se conseguiríamos desta vez",
declarou Shelda. "Mas o favoritismo é todo das americanas."
May e Walsh, campeãs mundiais em 2003, no Rio, e vencedoras do Circuito Mundial em 2002,
são as cabeças-de-chave número
um. Até aqui, estão absolutas:
venceram todas as seis partidas
por 2 sets a 0. Cabeças dois, Behar
e Shelda cederam dois sets, um
deles ao eliminar, nas quartas-de-final, a outra dupla nacional nesta
Olimpíada: Ana Paula/ Sandra.
Para Behar, um revés hoje não
manchará o passado de ambas,
que ganharam cinco vezes o Circuito Mundial, duas vezes o Mundial e sete vezes o Circuito Brasileiro, além do Pan-99. "Não vou
nunca desvalorizar o que a gente
conquistou nesses anos por causa
de um campeonato, por mais que
seja uma Olimpíada."
No masculino, Ricardo terá sua
segunda oportunidade de ouro
após cair, ao lado de Zé Marco,
diante de Blanton/Fonoimoana,
dos EUA, quatro anos atrás.
E Emanuel vê a maior chance de
enterrar a fama de "amarelão"
que ostenta em Olimpíadas.
Maior vencedor da história do
vôlei de praia, com dois Mundiais
e seis Circuitos Mundiais, não
passou das oitavas-de-final nem
em Atlanta nem em Sydney.
A final, diante de Bosma/Herrera, da Espanha, será amanhã.
NA TV - Band, Globo e Sportv
Brasil, ao vivo, às 15h
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