São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2004

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VÔLEI DE PRAIA

Como nos Jogos passados, país alcança as decisões no feminino e no masculino

Duplas do Brasil querem reescrever decisões de prata de Sydney-2000

LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

A chance brasileira de redenção começa hoje e termina amanhã.
O vôlei de praia do país atingiu, pela segunda vez consecutiva, duas finais olímpicas, uma no feminino, outra no masculino -duas pratas estão garantidas.
Ontem, no Cento Olímpico de Vôlei de Praia, em Faliro, Adriana Behar/Shelda e Ricardo/Emanuel triunfaram nas semifinais e mantiveram suas campanhas invictas.
Nas decisões nas areias de Bondi Beach, em Sydney, quatro anos atrás, três desses personagens foram protagonistas. De derrotas.
Derrotas que deixaram o Brasil com fama de "pipoqueiro" em Olimpíada, apagando parcialmente a vitoriosa imagem de Atlanta-96, quando Jacqueline/ Sandra e Mônica/Adriana Samuel foram ouro e prata, na estréia da modalidade nos Jogos.
Os medalhistas de prata tentam disfarçar, mas é visível o incômodo que sentem ao serem questionadas sobre a experiência na Austrália. Principalmente Shelda.
"De novo isso? Já disse, não era para a gente ter ganho, e pronto. Quem sabe agora os deuses não estejam do nosso lado?"
Ela e Behar têm às 15h de hoje a chance da redenção, após superar nas semifinais as australianas Natalie Cook e Nicole Sanderson por 21/17 e 21/16. As rivais serão as americanas Misty May e Kerri Walsh, que venceram o duelo com as compatriotas Elaine Youngs e Holly McPeak.
O triunfo de ontem serviu para as brasileiras darem o troco em Natalie Cook, que ao lado de Kerri-Ann Pottharst foi a algoz na decisão do ouro em Sydney.
"Shelda sacou muito bem, e Adriana esteve quase perfeita no ataque", afirmou Cook, ao acrescentar que o fato de ela estar do outro lado serviu de motivação para as brasileiras. "Em Sydney, Kerri e eu ganhamos. Com certeza vinham esperando há tempos por este momento."
"Estamos felizes por estar em mais uma final olímpica. Diferentemente de Sydney, quando a gente era muito superior, não sabia se conseguiríamos desta vez", declarou Shelda. "Mas o favoritismo é todo das americanas."
May e Walsh, campeãs mundiais em 2003, no Rio, e vencedoras do Circuito Mundial em 2002, são as cabeças-de-chave número um. Até aqui, estão absolutas: venceram todas as seis partidas por 2 sets a 0. Cabeças dois, Behar e Shelda cederam dois sets, um deles ao eliminar, nas quartas-de-final, a outra dupla nacional nesta Olimpíada: Ana Paula/ Sandra.
Para Behar, um revés hoje não manchará o passado de ambas, que ganharam cinco vezes o Circuito Mundial, duas vezes o Mundial e sete vezes o Circuito Brasileiro, além do Pan-99. "Não vou nunca desvalorizar o que a gente conquistou nesses anos por causa de um campeonato, por mais que seja uma Olimpíada."
No masculino, Ricardo terá sua segunda oportunidade de ouro após cair, ao lado de Zé Marco, diante de Blanton/Fonoimoana, dos EUA, quatro anos atrás.
E Emanuel vê a maior chance de enterrar a fama de "amarelão" que ostenta em Olimpíadas.
Maior vencedor da história do vôlei de praia, com dois Mundiais e seis Circuitos Mundiais, não passou das oitavas-de-final nem em Atlanta nem em Sydney.
A final, diante de Bosma/Herrera, da Espanha, será amanhã.


NA TV - Band, Globo e Sportv Brasil, ao vivo, às 15h


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