São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2004

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Ida à final consagra "história de amor" de quase uma década

DO ENVIADO A ATENAS

"Acho que o fato de a gente se dar tão bem fez com que a nossa parceria fosse tão duradoura. Costumo dizer que vou amar a Adriana por toda vida."
Shelda, 31, autora da frase, e Adriana Behar, 35, estão juntas há quase nove anos, algo raro em um esporte que vê constante troca de duplas.
A duradoura parceria, iniciada em 11 de outubro de 95, resulta do respeito que uma tem pela outra tanto dentro quanto fora da quadra, afirmam elas. E o "amor" a que se refere Shelda pode ser comprovado nas areias até por leigos.
Ambas têm uma "marca registrada" desde o início da carreira. Depois de cada ponto, em quase 100% das vezes, um abraço -gesto que passou a ser imitado pela concorrência.
"Isso sempre partiu de uma forma bem natural. E, depois de nove anos juntas, poder fazer isso de forma espontânea é uma realização muito grande", afirma a carioca Behar.
"A gente sempre fez isso, é um momento meu e dela, mostra que estamos juntas. É onde há uma troca de energia, e o adversário vê que estamos unidas. E nunca foi planejado", relata a cearense Shelda. "A gente nem notava, aí começaram a falar: "Pô, vocês estão se abraçando, demora muito". Sacaneavam a gente, isso começou a incomodar as pessoas. Mas é uma marca nossa."
Nas entrevistas pós-jogos, o discurso de enaltecimento à companheira é sempre o mesmo, por mais que a atuação na partida não tenha sido tão boa.
"A Adriana arrebentou", diz Shelda. A poucos metros, ouve-se um "nossa, como a Shelda jogou" de Behar, que também faz juras de amor à colega.
"Só a gente sabe o quanto a gente ralou, o quanto a gente sofreu, o quanto lutou. Foram tantas alegrias e tantas tristeza... Não dá para esquecer. Até quando pararmos de jogar sempre vou ter um convívio muito grande com a Shelda."
No currículo das duas, para um final feliz na história de amor, falta somente o ouro olímpico. (LC)

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