São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2004

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VÔLEI

Com cabeça nas quartas, Brasil perde invencibilidade de 1 ano

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

Com a cabeça já nas quartas-de-final, a seleção masculina de vôlei sofreu ontem a sua primeira derrota no torneio olímpico. A equipe do técnico Bernardinho entrou em quadra invicta e já classificada. Saiu com seu primeiro revés, ao perder para os EUA por 3 sets a 1 (22/25, 23/25, 25/18 e 18/ 25).
"Peço desculpas à torcida, mas esse jogo não valia nada para a nossa equipe. Entramos desconcentrados, mas nem posso criticar os jogadores por causa disso. Eu também estava com a cabeça na Polônia", disse o treinador.
Pouco antes do início do confronto, o adversário da seleção nos mata-matas havia sido definido, após os poloneses vencerem os argentinos por 3 sets a 2.
O duelo com os poloneses será disputado amanhã. Os outros jogos dessa fase serão: Sérvia e Montenegro x Rússia, Grécia x EUA e Argentina x Itália.
"Quando fiquei sabendo que jogaríamos com a Polônia, fiquei preocupado. Eles são uma das poucas seleções que têm um retrospecto melhor contra a nossa equipe nos últimos quatro anos [três vitórias e duas derrotas]", analisou Bernardinho, que apontou dois atletas como foco de preocupação: Murek e Swiderski.
"Temos que ficar atentos. Eles vão jogar sem responsabilidade."
O treinador pouco comentou sobre os EUA, adversário que havia acabado de impor a segunda derrota do Brasil na temporada, a primeira em uma competição oficial. A equipe brasileira ganhou, no mês passado, seu quarto título da Liga Mundial, invicta.
Sem se preocupar com o adversário de ontem, a seleção não mostrou a eficiência de seu último jogo, contra a Rússia, no sábado, quando foi praticamente perfeita e marcou 3 sets a 0.
"Tinha que dar mais tempo para alguns jogadores sentirem a quadra. Também era necessário poupar outros, para poderem estar bem na fase decisiva", disse Bernardinho, que pouco usou Gustavo e Ricardinho. Giba e Nalbert nem entraram em quadra.
Nos dois primeiros sets os EUA se aproveitaram dos seguidos erros brasileiros para abrirem uma diferença e administrá-la.
A reação nacional veio no terceiro set, quando Bernardinho promoveu a entrada dos veteranos Maurício, 36, e Giovane, 33. Graças às variações de ataque do primeiro e aos bloqueios do segundo, a seleção triunfou.
Mas a reação parou por aí. No último set, a seleção voltou a falhar, cedendo vários pontos por erros no ataque e no saque.
"Não entramos mentalizados nesta partida. Nosso pensamento já estava na Polônia", reconheceu o meio-de-rede Rodrigão.
"Perdemos no momento certo. É agora que começa o campeonato", completou Maurício.


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