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POLÍTICA
Olimpíada chega a momento crítico sem grandes ocorrências, preocupa segurança e recebe a notícia que o governo Bush estará presente no sábado
Onde está Bin Laden?
DO ENVIADO A ATENAS
O secretário de Estado dos
EUA, Colin Powell, chegará a Atenas no fim de semana para participar da cerimônia de encerramento da Olimpíada. A viagem
da autoridade americana, confirmada ontem, dá ao governo grego
uma espécie de selo de aprovação
do esquema de segurança do
evento. Mas especialistas acham
que ainda há risco de terrorismo.
A viagem de um representante
do primeiro escalão do governo
norte-americano só saiu do papel
após aprovação dos agentes de segurança do país que estão em Atenas. Havia a especulação de que
até o presidente dos EUA, George
W. Bush, poderia viajar para a
Grécia, caso a seleção iraquiana
de futebol passasse à final do torneio, que acontece no sábado. A
Casa Branca, porém, só confirmou a ida de Powell.
O fato é que a primeira semana
de Jogos aconteceu em um cenário mais cor-de-rosa do que os
próprios organizadores do esquema de segurança previam. Não
houve nenhum caso grave de distúrbio e nenhuma ameaça conhecida de ato terrorista.
Pode-se creditar o bom resultado ao US$ 1,5 bilhão gasto em segurança para Atenas-2004 -valor recorde. Câmeras, microfones,
vigilância ostensiva (polícia e
Exército), cooperação de agentes
de outros países e diversas outras
medidas para inibir atentados.
Não era só paranóia. Esta é a
primeira edição dos Jogos Olímpicos desde o 11 de Setembro, o
que contribuiu para um clima de
incerteza. Atenas criou um ambiente hostil para terroristas, sejam estrangeiros ou anarquistas
locais -que, para chamar atenção para suas causas, costumavam estourar bombas caseiras em
frente a prédios públicos.
Está tudo calmo. Mas calmo demais, talvez. Os principais casos
envolvendo segurança em Olimpíadas aconteceram na segunda
semana de competição. Em
Atlanta-96, uma bomba explodiu
no Parque Centenário no nono
dia de Jogos. Em Munique-72,
terroristas palestinos tomaram
por reféns atletas israelenses após
dez dias de competição. Atenas-2004 entra hoje no seu 11º dia.
Segundo análises de jornais gregos e do diário "The New York Times", ouvindo fontes diplomáticas, o momento atual é considerado um ponto crítico. O esquema
de segurança acha que a batalha já
está ganha e começa a afrouxar
regras e procedimentos. Convite
para um atentado.
De acordo com Jay Creutz, que
trabalha no sistema de computação utilizado pelo esquema de segurança em Atenas, existe de fato
uma tentação de diminuir a vigilância à medida que o final da
Olimpíada se aproxima.
Um centro de inteligência, com
especialistas de 18 países, tenta
antecipar possíveis movimentos
visando um ataque à Grécia e, até
o momento, não encontrou nenhum indício de que algo vá
acontecer. Esse relatório chegou
aos ouvidos de Powell.
Para reforçar a prevenção, o ministro grego da Ordem Pública,
Giorgis Voulgarakis, almoçou
com embaixadores de países árabes. Após o encontro, o libanês
William Habib disse publicamente que qualquer ataque à Olimpíada seria considerado uma ofensa
às nações amigas dos muçulmanos.
(MARCELO DIEGO)
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