MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A CABO FRIO

A seleção feminina começa hoje a percorrer um fácil caminho rumo a sua vaga no Mundial de vôlei do Japão, em 2006.
Atual campeã do Grand Prix e uma das mais fortes equipes do mundo, o Brasil irá encarar o abismo que o separa de seus concorrentes da América do Sul.
A estréia no classificatório, primeiro torneio do time no Brasil em dez anos, às 20h, em Cabo Frio (RJ), é um exemplo gritante.
O Equador juntou as atletas há seis meses, e a maioria faz sua primeira viagem internacional.
O baixo nível técnico aparece também nos outros adversários.
O Uruguai, por exemplo, não disputava uma competição internacional desde 2001. Suas jovens jogadoras estão há dois meses treinando em dois períodos apesar de estudarem e trabalharem.
Peru, principal rival do Brasil nos anos 80, e Argentina, que jogam em Cabo Frio, aparecem um pouco acima dos demais.
As brasileiras adotaram um discurso de preocupação com os resultados, apesar de estarem cientes de sua superioridade.
"Não podemos baixar a guarda. Elas têm um nível mais baixo, mas entrarão soltas e com ainda mais vontade de ganhar. Se a gente bobear, pode perder o controle", afirma Valeskinha.
O técnico José Roberto Guimarães pretende aproveitar o classificatório para o Mundial exatamente para avaliar a reação de suas comandadas diante desse novo cenário. Afinal, a maioria delas ainda não disputou torneios em nível sul-americano defendendo a seleção principal.
Apesar disso, ele diz não temer que o time entre de salto alto.
"Elas não farão isso porque sabem que eu vou ficar muito bravo e vou brigar muito. É nesses momentos que a gente bota muita coisa a perder", declarou.