ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem atleta com experiência olímpica, o Brasil inicia hoje a Copa América, contra a Venezuela, em Santo Domingo, em busca de uma das quatro vagas do continente no Mundial do Japão-06.
É a primeira vez na história que o time masculino joga a competição sem "olímpicos" no elenco. O Brasil esteve fora das últimas duas edições dos Jogos, em Sydney-00 e Atenas-04, e ninguém esconde qual é o objetivo do grupo atual.
"Estamos iniciando outro ciclo olímpico. E nossa meta final é obter vaga em Pequim [2008]", declara o técnico Lula Ferreira.
O último "olímpico" a integrar o grupo foi o armador Demétrius, 32, veterano de Atlanta-96, que atuou no Pré-Olímpico de 2003.
Para a Copa América, o Brasil também não terá alguns destaques. Nenê, 22, maior astro da nova geração e atleta do Denver, manteve o boicote que anunciara em março. O ala-pivô reclamou da estrutura oferecida pela Confederação Brasileira de Basquete.
Às vésperas do torneio, a seleção ficou ainda mais desfalcada no garrafão com os cortes de Baby (Toronto), por causa de infecção no olho, e Estevam, que alegou problemas pessoais. Para preencher as vagas, Lula chamou os novatos Caio Torres, 18, e Rafael, 19.
Apesar dos reveses, o Brasil terá dois atletas da NBA -Leandrinho (Phoenix) e Anderson (Cleveland)- e outro com passagem pela liga -Alex (ex-San Antonio e New Orleans). Também contará com quatro que atuam na Europa: Marcelinho Huertas, Guilherme, Tiago Splitter e Caio. Rafael, que irá se transferir para a Espanha, será o próximo a sair do país.
As demais forças, por outro lado, estão bastante desfalcadas.
A Argentina, já classificada por ser campeã olímpica, deu férias aos titulares que ganharam o título em Atenas-04. Já os EUA, após fracassos no Mundial-02 e na Olimpíada-04, enviaram delegação sem nenhum atleta da NBA.
Por causa de lesão, Porto Rico não terá o pivô José "Piculín" Ortiz, 41, maior nome do basquete local. Carlos Arroyo (Detroit) e Daniel Santiago (Milwaukee) também desfalcam a seleção.
O Canadá, por sua vez, não será comandado em quadra pelo armador Steve Nash, do Phoenix, eleito o MVP (melhor jogador) da última temporada da NBA.
Isso basta para os adversários apontarem a seleção nacional como a maior força. "O Brasil é o grande favorito para vencer a Copa América", acredita Nestor Salazar, treinador da Venezuela.