JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY

A rivalidade entre Austrália e Nova Zelândia nos esportes é parecida com a que existe entre Brasil e Argentina. Não é por acaso que no aeroporto de Auckland, na Nova Zelândia, o que não falta são camisetas à venda com gozações sobre os australianos. Uma delas traz a inscrição: ""Eu tenho dois times: a Nova Zelândia e qualquer um que jogue contra a Austrália".
Só que agora as brincadeiras se inverteram. O ótimo desempenho dos anfitriões na primeira semana dos Jogos e o péssimo dos vizinhos, que até anteontem só tinham conquistado uma medalha de bronze, viraram o assunto preferido em Sydney. Não basta ir bem. É importante que os ""kiwis", como são conhecidos os neozelandeses, afundem de vez.
Um programa da TV australiana tem dado conselhos aos vizinhos: ""Se você for um neozelandês em Sydney, simplesmente não admita o "crime". Finja que é de outro país".
Um dos dirigentes neozelandeses, inclusive, perdeu a esportiva numa entrevista ao ser indagado sobre o que estava achando da cobertura da imprensa australiana a respeito da Olimpíada e do mau desempenho de seus compatriotas. Como resposta, ele disse que não vê TV nem lê jornais quando está na Austrália. Até porque considera a imprensa local uma droga, desabafou.
Mesmo assim, deu a entender que a vingança não tardará. Afirmou que, sem a natação, a Austrália começará a cair na segunda semana, e a Nova Zelândia, a subir, conseguindo chegar entre os 20 mais bem colocados. Por sorte, não escutou o comentário de um repórter australiano: ""Só se a gente emprestar umas medalhas para vocês".

EM FOCO Em Atlanta, a Nova Zelândia ficou atrás do Brasil. Ela conquistou três ouros, duas pratas e um bronze e terminou em 26º lugar.



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