São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2000

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Comportamento da torcida é imprevisível

DA REPORTAGEM LOCAL

Os pilotos não serão os únicos a se sentirem estranhos no ninho durante a prova em Indianápolis. Tudo é novidade também para o público dos EUA, que não acompanha a F-1 de perto desde 91.
Além disso, os torcedores norte-americanos nunca demonstraram pela categoria o interesse dedicado às corridas da Nascar (campeonato norte-americano de stock cars) e da Indy.
Acostumados com largadas em que os carros já estão em movimento e provas repletas de ultrapassagens nos circuitos ovais, os torcedores têm tudo para estranhar a corrida de hoje.
Principalmente pela escassez de pontos de ultrapassagens no novo traçado. Só dois trechos devem favorecê-las.
A preocupação com a reação do público foi abordada esta semana pelo "US Today", que questionou até o desconforto que a "barulheira" da F-1 provocará nos torcedores norte-americanos.
Apesar do temor em relação ao comportamento do público, os primeiros números mostram que foi dado um voto de confiança ao GP. Os ingressos mais caros foram vendidos com antecedência. No primeiro dia de treinos, sexta-feira, cerca de 40 mil torcedores foram ao autódromo.
Os organizadores esperam por 200 mil pessoas no autódromo, número inferior ao das provas mais populares no país.
Para o público, além da forma de disputa da corrida, praticamente todos os pilotos são considerados estranhos.
O único com que os torcedores do país têm afinidade é o canadense Jacques Villeneuve, que já venceu em Indianápolis competindo pela Indy.
A corrida servirá para testar o potencial da F-1, que tenta conquistar popularidade nos EUA.
Enquanto a reação dos torcedores é aguardada com ansiedade pelos organizadores, os dirigentes já se mostraram empolgados.
Após demonstrar ter ficado impressionado com o circuito de Indianápolis, o presidente da FIA, Max Mosley, voltou a fazer ameaças ao autódromo de Silverstone, na Inglaterra.
Ao fazer comparações entre o circuito inglês e o traçado norte-americano, ele disse que a realização de novas edições do GP da Inglaterra terá de ser repensada.
O problema começou em maio, quando aconteceu a corrida deste ano em Silverstone. As chuvas dificultaram a chegada dos torcedores ao autódromo por causa das condições das estradas que dão acesso ao local da corrida.
Torcedores, que já tinham comprado ingressos, ficaram durante seis horas em congestionamentos e acabaram perdendo a prova.
"Nesse aspecto, Silverstone é, provavelmente, o pior circuito do mundo", afirmou o dirigente.
Ao mesmo tempo, ele rasgou elogios à estrutura oferecida ao público em Indianápolis.
Como o terreno é plano, a maioria dos lugares permite que os torcedores vejam quase a pista inteira. Foram gastos na construção do traçado US$ 40 milhões. (RP)



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