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AUTOMOBILISMO
Novo traçado do tradicional autódromo dos EUA transforma GP decisivo em uma incógnita para pilotos
Indianápolis coloca a F-1 contra o muro
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
A volta da F-1 aos Estados Unidos, hoje, no lendário circuito de
Indianápolis, vai transformar
uma das corridas decisivas do
Mundial numa loteria.
A partir das 15h, a prova será
disputada num novo traçado, que
conserva pouco mais da metade
dos 4 km do oval, palco da badalada Indy 500. O país não recebia a
categoria desde 91.
O fato de as equipes e pilotos
não conhecerem a pista torna ainda mais imprevisível a disputa entre Mika Hakkinen, líder do campeonato, e Michael Schumacher.
O finlandês da McLaren tem
dois pontos de vantagem sobre o
alemão da Ferrari -praticamente só os dois bicampeões mundiais da categoria continuam na
disputa pelo título.
Depois da prova de hoje, a 15ª
do ano, restarão só as etapas do
Japão e da Malásia, circuitos já conhecidos pelas escuderias.
A disputa entre as equipes é até
histórica, já que a McLaren tenta
superar, ainda nesta temporada, o
número de vitórias da Ferrari ao
longo dos tempos -o time italiano soma 132 vitórias, apenas duas
a mais que a escuderia inglesa.
A importância de sair dos EUA
com a vantagem pode ser medida
pelas declarações dos integrantes
da McLaren, que falam abertamente em um jogo de equipe entre seus pilotos, o que não costuma ser admitido publicamente
pela escuderia inglesa.
A prática é admitida sem cerimônia pela rival Ferrari, que tem
Rubens Barrichello como o escudeiro do alemão.
Após dois dias de treinos em Indianápolis, as equipes ainda estão
cercadas por incertezas em relação ao acerto considerado ideal
para os seus carros.
"Encontrar o acerto aqui em Indianápolis é muito complicado",
disse o escocês David Coulthard,
companheiro de Hakkinen.
Entre as dificuldades está a escolha do tipo de pneu adequado.
Para os pilotos, um dos enigmas
a decifrar é a melhor forma de
contornar a parte original do circuito oval sem ir de encontro ao
muro, responsável por graves acidentes, como o do brasileiro Nelson Piquet, em 92. Ele participava
de treinos classificatórios para a
sua estréia na Indy quando bateu
e sofreu múltiplas fraturas.
A corrida de hoje pode ser considerada a estréia dos carros da F-1 em Indianápolis, apesar de a
prova ter feito parte do calendário
entre as décadas de 50 e 60.
Naquela época, as equipes européias não enviavam os seus pilotos a Indianápolis. A prova era
disputada só por norte-americanos, desconhecidos dos fãs da F-1
e que não corriam na Europa.
A última corrida na pista válida
pela categoria ocorreu em 1960 e
foi vencida por J. Rathmann. Nesse ano, mitos do automobilismo,
como Stirling Moss, Jackie Brabham e Bruce McLaren, atuaram
em outra prova nos EUA, o GP de
Riverside, vencido por Moss.
Com agências internacionais
NA TV - Globo, às 15h
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