São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2000

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AUTOMOBILISMO
Novo traçado do tradicional autódromo dos EUA transforma GP decisivo em uma incógnita para pilotos
Indianápolis coloca a F-1 contra o muro

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

A volta da F-1 aos Estados Unidos, hoje, no lendário circuito de Indianápolis, vai transformar uma das corridas decisivas do Mundial numa loteria.
A partir das 15h, a prova será disputada num novo traçado, que conserva pouco mais da metade dos 4 km do oval, palco da badalada Indy 500. O país não recebia a categoria desde 91.
O fato de as equipes e pilotos não conhecerem a pista torna ainda mais imprevisível a disputa entre Mika Hakkinen, líder do campeonato, e Michael Schumacher.
O finlandês da McLaren tem dois pontos de vantagem sobre o alemão da Ferrari -praticamente só os dois bicampeões mundiais da categoria continuam na disputa pelo título.
Depois da prova de hoje, a 15ª do ano, restarão só as etapas do Japão e da Malásia, circuitos já conhecidos pelas escuderias.
A disputa entre as equipes é até histórica, já que a McLaren tenta superar, ainda nesta temporada, o número de vitórias da Ferrari ao longo dos tempos -o time italiano soma 132 vitórias, apenas duas a mais que a escuderia inglesa.
A importância de sair dos EUA com a vantagem pode ser medida pelas declarações dos integrantes da McLaren, que falam abertamente em um jogo de equipe entre seus pilotos, o que não costuma ser admitido publicamente pela escuderia inglesa.
A prática é admitida sem cerimônia pela rival Ferrari, que tem Rubens Barrichello como o escudeiro do alemão.
Após dois dias de treinos em Indianápolis, as equipes ainda estão cercadas por incertezas em relação ao acerto considerado ideal para os seus carros.
"Encontrar o acerto aqui em Indianápolis é muito complicado", disse o escocês David Coulthard, companheiro de Hakkinen.
Entre as dificuldades está a escolha do tipo de pneu adequado.
Para os pilotos, um dos enigmas a decifrar é a melhor forma de contornar a parte original do circuito oval sem ir de encontro ao muro, responsável por graves acidentes, como o do brasileiro Nelson Piquet, em 92. Ele participava de treinos classificatórios para a sua estréia na Indy quando bateu e sofreu múltiplas fraturas.
A corrida de hoje pode ser considerada a estréia dos carros da F-1 em Indianápolis, apesar de a prova ter feito parte do calendário entre as décadas de 50 e 60.
Naquela época, as equipes européias não enviavam os seus pilotos a Indianápolis. A prova era disputada só por norte-americanos, desconhecidos dos fãs da F-1 e que não corriam na Europa.
A última corrida na pista válida pela categoria ocorreu em 1960 e foi vencida por J. Rathmann. Nesse ano, mitos do automobilismo, como Stirling Moss, Jackie Brabham e Bruce McLaren, atuaram em outra prova nos EUA, o GP de Riverside, vencido por Moss.


Com agências internacionais NA TV - Globo, às 15h



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