São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2000

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Edmundo terá que pagar por ofensa a juiz

DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça do Estado da Paraíba condenou anteontem o atacante Edmundo, do Santos, a pagar R$ 100 mil por haver chamado um árbitro de ""paraíba" em uma partida realizada em 1997.
O fato foi interpretado pela juíza Maria de Fátima Bezerra Cavalcanti como depreciativo para a população do referido Estado.
O episódio ocorreu no dia 20 de agosto de 1997, quando o jogador defendia o Vasco.
A equipe carioca disputava uma partida em Natal contra o América-RN, quando Edmundo recebeu cartão vermelho do árbitro cearense Francisco Dacildo Mourão Albuquerque.
A polêmica partiu da declaração do atacante, que, irritado com a expulsão, disse a seguinte frase ao deixar o campo: "A gente vem jogar, e colocam um paraíba para apitar, só podia nos prejudicar".
Depois do jogo, Edmundo disse que não quis menosprezar o árbitro e tentou explicar que não foi uma atitude preconceituosa.
"É que no Rio temos o costume de chamar os nordestinos de 'paraíba", só isso", alegou.
As palavras do polêmico atacante não passaram desapercebidas para o jornalista Sebastião Barbosa, que moveu ação alegando que o atleta referiu-se de forma ""racista e pejorativa indistintamente a todas as pessoas naturais do Estado da Paraíba".
A decisão, que também obriga o Vasco a pagar a mesma quantia de Edmundo, destinará o dinheiro a instituições de caridade, segundo informou Barbosa.
O atleta passava por uma época conturbada de sua carreira. Logo após o episódio com Dacildo, em partida pela Supercopa, Edmundo acertou uma cotovelada no goleiro Burgos, que atuava pelo River Plate (Argentina), e foi afastado da seleção por Zagallo.
""Antes da cotovelada, Edmundo estava convocado. Ele está sendo punido pelo que fez quinta-feira. Ele necessita de apoio", comentou o treinador.
Edmundo também se envolveu em acidente automobilístico, em 1995, que resultou na morte de três pessoas. O atleta já foi condenado. No Santos, Edmundo buscava, acima de tudo, paz.



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