São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004

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FUTEBOL

Clube reprisa atritos no elenco que ajudaram a rebaixá-lo em 2002

Palmeiras vive déjà vu de sua pior crise na história

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Maus resultados dentro de campo, técnico obrigado a dar explicações a respeito de crise, jogador que se queixa publicamente de seus companheiros.
Essa é a atual situação pela qual passa o Palmeiras neste seu momento mais delicado no Brasileiro-2004. Atual, mas não inédita.
Há dois anos, desde a trágica campanha que culminou com o rebaixamento para a segunda divisão do Nacional, o time do Parque Antarctica vive num vai-e-volta de momentos como esse.
Diferentemente de outros grandes, que costumam deixar a "lavagem de roupa suja" para ser feita internamente, os palmeirenses têm externado com freqüência seus problemas.
Desde o Brasileiro-02, que culminou com a queda para a segunda divisão, o grupo de jogadores, sempre que pressionado, viveu períodos turbulentos, independentemente de quem fizesse parte do elenco ou quem fosse o técnico. A cada tropeço atletas mandavam recados amargos uns aos outros publicamente.
O goleiro Marcos chegou a parar de dar entrevistas, tamanha foram as polêmicas em que se meteu por causa das broncas públicas a companheiros de clube.
Em 2003, pouco antes de começar sua saga na Série B, o Palmeiras foi obrigado a fazer uma "limpeza" no elenco então recém-montado, que não rendia o esperado e que tinha jogadores que não se davam bem com Picerni. O resultado acabou sendo bom: apostou em jovens revelações e, depois de um início cambaleante, conquistou o título da segunda divisão e o acesso à Série A.
No Paulista deste ano, veio à tona um grupo que ganhou corpo dentro do elenco palmeirense durante a vitoriosa disputa da Série B: o dos "baladeiros". Diego Souza, Elson, Lúcio e Vágner Love -hoje no CSKA (Rússia)- eram os integrantes. As freqüentes saídas noturnas desses jogadores irritavam alguns jogadores mais "caseiros" e que viam nas noitadas sinal de descompromisso com o trabalho no clube.
Um deles, aliás, foi recentemente alvo de críticas de Sérgio, um dos líderes do time. Elson foi repreendido publicamente pelo goleiro por ter dado declarações que, na opinião dos palmeirenses, irritaram os jogadores santistas antes do clássico.
Agora, a principal origem de atritos tem sido o afastamento de Pedrinho. Desde a semana passada, o técnico Estevam Soares não coloca o jogador para treinar junto com os 22 atletas que costumam realizar teinos supervisionados diretamente por ele.
Apesar da turbulência, Estevam tem repetido que não há problemas de relacionamento no elenco. Porém o atacante Kahê, novato no elenco, é quem resume o atual momento do clube paulista: "Calmo não pode estar. O Palmeiras está há seis jogos sem vencer".


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