São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004

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PAN-AMERICANO

Caixa anuncia que assina em outubro contrato de financiamento, e Planejamento libera verba pendente

Governo abre cofre e diz que Vila agora sai

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo federal abriu o bolso e disse ter colocado fim, ontem, às incertezas sobre a construção da Vila Pan-Americana dos Jogos de 2007, no Rio de Janeiro.
Durante reunião em Brasília, a Caixa Econômica Federal informou que concluiu os estudos de viabilidade do projeto e que as pendências jurídicas e operacionais foram sanadas. Anunciou para outubro a assinatura do contrato de financiamento das obras, que custarão R$ 315,3 milhões, dos quais R$ 189,4 milhões virão do banco, via recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). A construtora Agenco e o COB dividirão o restante do valor.
Outro anúncio deixou aliviado o Comitê Olímpico Brasileiro, organizador do Pan-07: o Ministério do Planejamento vai liberar R$ 25 milhões para cobrir os custos operacionais do período em que a Vila ficará à disposição do COB (de janeiro a dezembro de 2007).
É que os apartamentos serão vendidos a mutuários da Caixa, porém até ontem não se sabia quem arcaria com as despesas relativas ao ano dos Jogos, já que os compradores ficarão sem dispor dos imóveis no período.
Como nem Caixa nem COB se dispunham, o Planalto resolveu assinar a fatura. Esses R$ 25 milhões serão repassados pelo Ministério do Esporte para o COB via convênio, e, segundo o comitê, servirão para pagar a Caixa, agente financeiro do projeto.
Os dois anúncios foram feitos numa reunião em Brasília entre os ministros do Planejamento, Guido Mantega, e do Esporte, Agnelo Queiroz, os presidentes da Caixa, Jorge Mattoso, e do COB, Carlos Arthur Nuzman, e o secretário-geral do comitê organizador do Pan, Carlos Roberto Osório.
Até o início de setembro, a viabilidade do complexo que abrigará os atletas do Pan era uma incógnita. Conforme revelou a Folha, relatório do Tribunal de Contas da União apontou que o projeto era inviável, pois a situação econômico-financeira da Agenco não permitiria o financiamento total da obra.
O plano teve de ser reduzido: o número de apartamentos diminuiu de 2.000 para 1.480 -um corte de cerca de 25%.
Em vez dos 25 edifícios do projeto original, serão erguidos 17. Os apartamentos terão, segundo a Caixa, de uma a quatro suítes.
Para receber o sinal verde da Caixa, a Agenco teve de apresentar três planos de negócios e simulação de viabilidade econômica do investimento. Os dois primeiros foram rejeitados pelo departamento técnico do banco.


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