São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004

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AUTOMOBILISMO

Empresário austríaco quer apostar em piloto americano e acena com compra da Jaguar

EUA e energético podem salvar as nanicas

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A XANGAI

No final de semana em que a F-1 aposta no segundo maior mercado do planeta, o chinês, o orçamento de todas as suas escuderias está bem próximo de ser salvo pelo primeiro, o americano.
A Red Bull, empresa de bebidas energéticas, fez uma proposta formal à Ford para comprar a Jaguar. A idéia do austríaco Dietrich Mateschitz, dono da marca, é colocar um piloto dos EUA em um de seus carros e, assim, impulsionar as vendas naquele país.
"Recebemos várias ofertas, mas não queremos vender a equipe para alguém que faça cinco corridas e pare. Buscamos alguém que dê continuidade ao nosso trabalho, alguém com algum histórico no automobilismo", disse ontem Tony Purnell, chefe da Jaguar.
Coincidência ou não, esse é o caso da Red Bull. No ano que vem, a empresa vai completar dez anos de F-1. Desde 1995, a marca estampa os carros da Sauber. Simultaneamente, também apoiou a Arrows e neste Mundial está na própria Jaguar -Christian Klien é patrocinado pela bebida energética desde os tempos de kart.
A negociação foi recebida com alívio em Xangai, onde na próxima madrugada acontece a definição do grid para o estreante GP da China. A sessão começa às 3h (de Brasília). A prova, no domingo, acontece no mesmo horário.
Uma eventual compra da Jaguar, incluindo no pacote a Cosworth, fabricante de motores da Ford, salvaria também Minardi e Jordan. Neste ano, as duas equipes usam seus propulsores e até agora estão sem saída para 2005.
A ação desencadearia um efeito dominó. Com dez equipes confirmadas para o ano que vem, desapareceria a obrigação de as restantes correrem com três carros.
O contrato da FOM, holding que comanda o lado comercial da F-1, com os promotores dos GPs promete grids com, no mínimo, 20 pilotos. Chefe do conglomerado, Bernie Ecclestone chegou a alertar os sete times "saudáveis" -Ferrari, BAR, Renault, McLaren, Williams, Toyota e Sauber- para a chance de terem que inscrever um carro a mais em 2005.
A primeira estimativa é que cada equipe gastaria US$ 15 milhões por ano para construir, manter e transportar um terceiro modelo, sem incluir gastos com os pilotos.
Uma F-1 com sete equipes em 2005 significaria um retrocesso de 36 anos. A última vez que a categoria viu um Mundial com tão poucos inscritos foi em 1969.
Esse cenário confuso e sombrio, porém, pode ter sido só um susto. Mateschitz está determinado a não deixar a chance escapar.
Uma equipe na principal categoria do automobilismo fecharia o ciclo de um projeto ambicioso.
Desde 2002, a empresa conduz o "Red Bull Driver Seach", cujo único objetivo é "detectar, testar e apoiar jovens talentos americanos que possam correr na F-1".
Atualmente, sete pilotos dos EUA são patrocinados pela marca e competem em categorias da América do Norte e da Europa.


NA TV - Treino oficial para o GP da China, Globo, ao vivo, a partir das 3h25


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