São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 2008

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Punição a Hamilton no GP da Bélgica é mantida

Corte rejeita apelo que quis cancelar pena de inglês e confirma vitória de Massa

Juízes consideram recurso inadmissível e nem julgam se piloto da McLaren obteve vantagem ao passar Kimi Raikkonen pela chicane


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A PARIS

A Corte de Apelações da FIA rejeitou o recurso da McLaren para reaver a vitória de Lewis Hamilton no GP da Bélgica, no último dia 7. O anúncio foi feito ontem pela entidade, às 16h09 em Paris (11h09 em Brasília).
O desfecho só foi conhecido um dia depois da audiência de quase seis horas, realizada anteontem, na sede da entidade.
Com isso, a vantagem do piloto inglês para Felipe Massa na classificação do Mundial segue em apenas um ponto, restando quatro etapas para o final da temporada -o próximo GP será no domingo, em Cingapura, a partir das 9h de Brasília.
A equipe entrou com o recurso logo depois que Hamilton foi punido com um "drive-through" no GP da Bélgica, por cortar uma chicane e ganhar vantagem na tentativa de ultrapassar Kimi Raikkonen pela primeira colocação na corrida.
Mas, como a manobra aconteceu quando faltavam três voltas para a bandeirada final, a punição a Hamilton foi convertida em 25 segundos a mais no seu tempo de prova, o que fez com que ele caísse da primeira para a terceira posição. Conseqüentemente, Massa herdou a vitória em Spa-Francorchamps -Raikkonen bateu pouco tempo depois da ultrapassagem e não completou a corrida.
A derrota da McLaren ontem aconteceu na primeira de duas partes do julgamento. A primeira era justamente saber se o apelo da equipe era admissível. De acordo com o artigo 152 do Código Esportivo Internacional, não cabe recurso para as penas de "drive-through" e "stop and go" impostas por comissários nos GPs.
A tentativa da McLaren foi então tentar convencer a Corte de Apelações de que a pena a Hamilton havia sido de tempo, por isso entrou com o apelo.
A alegação da FIA e da Ferrari no julgamento de anteontem era que, caso o recurso feito fosse aceito, isso acabaria abrindo um grave precedente.
De acordo com eles, pilotos e equipes ficariam tentados a cometer infrações nas últimas cinco voltas da corrida, já que as penas de "drive-through" e "stop and go" seriam convertidas em penas de tempo, podendo assim recorrer mais tarde.
Mas, após ouvir anteontem representantes da McLaren -entre eles o próprio Hamilton e Phil Prew, seu engenheiro-, da Ferrari e da FIA, o tribunal concluiu que o apelo não era cabível, mantendo a pena imposta e confirmando definitivamente a vitória de Massa.
Durante o julgamento, Mark Philips, advogado da McLaren, ainda conseguiu convencer a Corte de Apelações a ouvir todas as testemunhas antes de definir se julgaria o caso em duas partes ou apenas em uma. Mas, mesmo ouvindo as testemunhas, os juízes nem entraram no mérito da vantagem obtida ou não por Hamilton.
"Ninguém quer vencer corridas no tribunal, mas achamos que Lewis venceu o GP da Bélgica na pista, de uma maneira empolgante e expressiva, por isso recorremos da decisão", afirmou Martin Whitmarsh, um dos chefes da McLaren.
Ferrari e FIA não se pronunciaram sobre o resultado.


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