do enviado a São Luís

O projeto de profissionalização dos dirigentes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que deverá ter início em 1999, inclui palestras, cursos de administração esportiva e estágios no exterior, seja na NBA, liga profissional de basquete norte-americano, ou nas empresas do magnata das comunicações, Rupert Murdoch, que está investindo pesado no esporte.
A proposta inclui ainda uma semana no grupo Disney, para aprender com um dos maiores grupos norte-americanos de entretenimento a melhor maneira de transformar o futebol em uma das melhores alternativas de lazer para o público.
Com a profissionalização da estrutura da CBF, seus dirigentes, que hoje não são remunerados, passarão a receber salários.
Segundo Marco Antônio Teixeira, diretor da entidade que esteve em São Luís (MA) comandando a seleção, o modelo será copiado da Federação Bahiana de Futebol.
O presidente da entidade baiana, Virgílio Elísio, recebe uma remuneração mensal. Com Ricardo Teixeira, presidente da CBF, deverá acontecer o mesmo.
A mudança na CBF, que é uma entidade de direito privado, tem como objetivo acompanhar os 501 clubes do país, obrigados pela Lei Pelé a profissionalizar seus departamentos de futebol até o ano 2000.
A entidade, contrária a vários pontos da nova lei, tenta se fortalecer para evitar seu possível esvaziamento no futebol brasileiro, já que os clubes passariam a ter direito de negociar diretamente direitos de TV e marketing, calendário e organização de torneios.
No projeto que a CBF está montando, acompanhado por especialistas em marketing esportivo, seus dirigentes irão fazer estágios no exterior, para aprender o que de mais moderno é feito no setor.
Os jogadores da seleção deverão ter seminários e cursos nos moldes dos realizados pela NBA em sua pré-temporada, que darão dicas sobre como investir dinheiro e atender melhor o público, a maneira de se relacionar com imprensa e patrocinadores.
Dirigentes e consultores que administrarão tais cursos e seminários, por sua vez, passarão um mês em contato com representantes da NBA nos Estados Unidos.
Para completar, a CBF está entrando em contato com o milionário australiano Rupert Murdoch, dono de equipes de basquete, beisebol e hóquei, nos Estados Unidos, e que recentemente ofereceu US$ 1,03 bilhão pelo time de futebol inglês Manchester United.
O contato tem dois objetivos: levar dirigentes brasileiros, num projeto em conjunto com o Clube dos 13, que reúne as principais equipes do Brasil, para trocar experiências com os administradores esportivos de Murdoch e aproximá-lo do futebol tetracampeão do mundo, para que ele passe também a investir na América do Sul.
Para o próximo amistoso da seleção, em 14 de outubro, em Nova York, contra adversário ainda indefinido, Murdoch será convidado pela CBF para acompanhar o time de Wanderley Luxemburgo. (JCA)



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