São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004

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AUTOMOBILISMO

Piloto larga em primeiro em casa pelo segundo ano seguido

"Sereno", Barrichello sai na pole e distante do campeão

FÁBIO SEIXAS
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Serenidade, amadurecimento." Foi essa a tônica do discurso do pole position para o GP Brasil.
Repetindo o roteiro do sábado de Interlagos do ano passado, Rubens Barrichello, 32, levantou a torcida em Interlagos. Conquistou a segunda pole consecutiva na corrida de casa, a quarta na temporada, a 13ª da carreira.
Tudo o que ele não quer é que o roteiro do domingo também seja parecido. Em 2003, Barrichello abandonou com uma pane seca, falta de gasolina no tanque de sua Ferrari. Hoje, persegue a primeira vitória diante de seu público, a primeira de um brasileiro no circuito desde 1993 -na ocasião, com Ayrton Senna e McLaren.
"Na hora que acabou as minhas pernas estavam bambas, mas vou continuar com serenidade. Só ganhei a primeira parte. Venci a primeira batalha mas tem muito ainda para vencer", disse, aos gritos de "Rubinho, Rubinho" dos fãs.
"Quando eu cruzei a linha, já percebi que era o primeiro. Mas repito, vou manter a serenidade. Hoje sou um piloto mais maduro e sei o quanto isso é importante."
Coincidência ou não, mesmo se ele não estivesse sereno ontem, ficaria a partir da segunda sessão de treinos livres, pela manhã.
Quatro vezes vencedor em Interlagos, heptacampeão mundial e há duas semanas prometendo fechar a temporada com mais um triunfo, Michael Schumacher errou na curva do Laranjinha, rodou, bateu e teve que usar o carro reserva na pré-classificação.
Punido pela troca de motor, perdeu dez posições no grid de largada em relação ao que conseguiria no treino oficial. Sem a sombra do companheiro, Rubens Barrichello fez o melhor tempo, 1min09s822 na sessão anterior ao treino oficial, mais uma vez quebrando o recorde da pista.
No treino classificatório, repetiu o desempenho, cravou 1min10s646 e tornou-se o primeiro brasileiro a conquistar poles seguidas no Brasil desde Ayrton Senna, em 1990 e 1991.
"Estou em casa. Além de minha família toda estar aqui, também considero essa torcida como parte da minha família, como minha casa", disse Barrichello.
A última vitória de um brasileiro em Interlagos foi em 1993, também com Senna. De lá para cá, o melhor resultado que um piloto local conseguiu foi o quarto lugar de Barrichello em 1994, última vez que o país chegou na zona de pontuação em São Paulo.
Ao lado de Barrichello, no grid, outro sul-americano. Juan Pablo Montoya, da Williams, que prometeu dificultar a vida do brasileiro na largada. "O Rubens é meu amigo, imagino a felicidade que ele está sentindo aqui, mas minha torcida também veio. E vou querer vencer, claro", disse ele, que ficou a 0s204 do brasileiro.
O finlandês Kimi Raikkonen, da McLaren, ficou a 0s246 do ferrarista e larga em terceiro.


NA TV - GP Brasil de F-1, Globo, ao vivo, às 14h


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