São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004

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BASQUETE

Competição, que começa hoje, não segue as normas internacionais e terá bola menor, usada nas categorias de base

Feminino abre Nacional com bola infantil

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A bola sobe ao alto hoje, para dar início ao 7º Nacional feminino no centro de uma polêmica. Os times reclamam de ter que disputar o torneio com um equipamento cujas medidas fogem das oficiais, estabelecidas pela Federação Internacional de Basquete.
Oito equipes participam do campeonato, que terá três partidas hoje: Rio das Ostras x Juiz de Fora, São Caetano x Ourinhos e Uberaba x Santo André. Americana e São Paulo-Guaru estréiam somente no decorrer da semana.
Visando dar maior dinamismo aos jogos entre mulheres, a Fiba aprovou, em novembro de 2003, alterações na dimensão da bola, tornando-a diferente da utilizada no masculino. As novas medidas entraram em vigor, para os campeonatos com chancela da entidade, a partir de 1º de outubro.
Anteriormente, todos jogavam basquete com uma bola pesando entre 567 g e 650 g e com circunferência de 74,9 cm a 78 cm. Agora, as mulheres têm o privilégio de usar bola mais leve (510 g a 567g) e menor (72,4 cm a 73,7 cm).
O problema é que a Penalty, fornecedora oficial do equipamento para a confederação, atrasou o envio do material aos clubes.
Segundo a empresa, as bolas chegaram às federações de cada Estado na semana passada. As entidades repassaram aos times, que só receberam a encomenda entre seis e quatro dias para a estréia.
"É pouco tempo para a adaptação. Nos primeiros treinos elas sentem, principalmente por causa do peso. Perde-se um pouco a precisão nos arremessos", analisa Norberto da Silva, o Borracha, comandante do São Caetano.
Quando finalmente chegaram aos clubes, nova decepção: as medidas ficavam abaixo das oficiais.
"No início do ano recebemos o comunicado da Fiba. Não tivemos problema para fabricar as novas bolas. Elas têm as mesmas medidas do mirim", conta Sérgio Perrella Filho, gerente de produção da Penalty, referindo-se à categoria para atletas até 14 anos.
No entanto, pelas regras oficiais, as crianças utilizam bola tamanho 5.6. A pelota feminina tem dimensão um pouquinho maior: 6.
"Se não houve tempo para fabricar a nova bola, a lógica seria usar a antiga, mesmo não estando de acordo com a regra", diz Paulo Bassul, técnico do Americana, cujo elenco treinou um mês para a Copa do Mundo de clubes, encerrada no último domingo, com equipamento de outro fabricante.
"Se fosse para ficar com a bola do mirim, deveriam ter avisado antes. Aí teria tido tempo para treinar mais a equipe com ela", lamenta Antonio Carlos Vendramini, treinador do Ourinhos, campeão paulista e dos Jogos Abertos.
Houve aqueles que nem notaram a diferença. "Acho que a alteração foi positiva. Defendo há algum tempo que as mulheres tenham um privilégio como esse. A bola será igual à do mirim? Não estava sabendo", espanta-se Edson Ferreto, técnico do Uberaba.
Questionada pela Folha, a CBB afirmou que havia medido o material, que acusou estar dentro das normas oficiais. De acordo com a confederação, a bola pesa 512 g e tem circunferência de 72,8 cm.
O site da Penalty, porém, desmente a informação. Nele, a empresa divulga que as bolas do feminino e do mirim são as mesmas. E as medidas, mais modestas: 360 g a 390 g e 64 cm a 66 cm.


NA TV - São Caetano x Ourinhos, às 13h30, e Uberaba x Santo André, às 15h30, ao vivo, na Sportv


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