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VÔLEI
Novo pacto
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Em novembro, quando a seleção brasileira masculina se
reunir para a Copa dos Campeões, o técnico Bernardinho vai
colocar um assunto importante
em pauta. Ele vai propor aos jogadores um novo pacto de dedicação absoluta para este ciclo
olímpico, que termina em 2008.
O próprio Bernardinho admite
que a missão não é fácil: "Não é
simples chegar a um campeão
olímpico e falar que ele tem que se
dedicar mais ainda". E esse "se
dedicar mais ainda" significa
também grandes sacrifícios como
novos períodos longe da família,
pressões, dores e cansaço.
Uma alternativa, que poderia
ser avaliada pela comissão técnica, seria selecionar mais os torneios para não desgastar os jogadores mais experientes. O Brasil
poderia mandar a equipe principal só nos principais campeonatos como Liga Mundial, Pan-americano, Mundial e Olimpíada. Nos outros, iria um time "B".
A seleção, com a mais vitoriosa
campanha da história do vôlei
brasileiro, caminha para igualar
a façanha dos Estados Unidos nos
anos 80. Até agora, a seleção americana é a única que em um período de quatro anos (1984 a
1988) ganhou dois títulos olímpicos consecutivos e um mundial.
Vale lembrar que naquele período de ouro dos Estados Unidos
houve mudança no comando da
comissão técnica. Na conquista
da medalha de ouro nos Jogos de
Los Angeles, em 84, o técnico era
Doug Beal. Quando o time foi
campeão mundial, em 86, e bicampeão olímpico, em 88, já era
Marv Dunphy.
Na era Bernardinho, o Brasil é
soberano: é o atual campeão
olímpico e mundial.
Mas o técnico diz que o maior
desafio vem agora e coloca algumas questões: como é seguir após
tantos títulos? Como é continuar
motivando o grupo depois de tantas conquistas?
O certo é que todas as seleções
estão acelerando para derrubar a
hegemonia brasileira. A Itália,
campeã européia, e os EUA, campeões da América do Norte e Central, cresceram nesta temporada.
Exigente, Bernardinho diz que o
Brasil, campeão da Liga Mundial
em julho, não evoluiu neste ano.
A maior dificuldade do time é
preencher a lacuna deixada por
Nalbert e Giovane, dois ponteiros
que também participavam da recepção do saque.
Os titulares agora são Giba e
Dante, mas faltam dois reservas
com o nível técnico próximo ao
dos dois para o Brasil voltar a ter
um time com 12 titulares.
Roberto Minuzzi era o grande
candidato, mas está se recuperando de uma cirurgia de um aneurisma na artéria aorta.
As outras opções já testadas são
Murilo, que precisa evoluir no
ataque, João Paulo e Samuel, que
apresentam dificuldades no passe, e Felipe Chupita, que atua no
Modena, na Itália.
Essa posição também é a preocupação maior de Bernardinho
para a Copa dos Campeões, que
começa dia 22 de novembro, no
Japão. Dante sofreu uma contusão no ombro e possivelmente
não vai disputar o torneio. Ou seja, o Brasil terá grandes problemas na recepção e no ataque de
ponta.
Conquistas no livro
O técnico Bernardinho, com o apoio de uma equipe, está finalizando
um livro, que deverá ser lançado em março de 2006. Ele vai relatar todo o seu período no vôlei, com destaque para os últimos cinco anos
no comando da seleção masculina. O nome do livro ainda é segredo.
Chaves do Mundial
A Federação Internacional de Vôlei divulgou uma prévia da tabela
do Mundial do Japão, em 2006. As 12 melhores equipes, segundo o
ranking mundial, foram divididas em quatro chaves. O sorteio final,
com as outras 12 seleções classificadas, será no dia 29. No feminino, o
Brasil caiu no grupo C, ao lado de Estados Unidos e Holanda. A chave mais forte é a B, que tem Rússia, China e Alemanha. No masculino, a seleção brasileira está no grupo B, com França e Grécia.
E-mail cidasan@uol.com.br
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