RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Confederação Brasileira de Futebol vai criar um prova escrita para testar árbitros que terá peso no futuro de suas carreiras.
A avaliação já está sendo desenvolvida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que elabora projetos para empresas.
De acordo com a comissão de arbitragem da CBF, vão integrar o exame questões sobre regras do futebol, legislação esportiva e até um teste psicotécnico.
O teor do conteúdo já foi repassado para a FGV, que ficou encarregada de elaborar o teste e um orçamento do projeto. Se a CBF aprovar o valor, as provas começarão a ser aplicadas antes do início da próxima temporada.
"Vai ser criado um grande banco de dados dos juízes em que os resultados vão ser incluídos", explica o presidente da comissão de arbitragem, Edson Rezende. "Nos cortes do quadro de arbitragem e nas escalas, essas informações serão levadas em conta."
O teste terá peso na redução de 30% do quadro, prevista para 2006. Haverá uma dispensa de 200 dos 650 juízes que apitam nas Séries A, B, C do Nacional. "Mas claro que vamos ter consideração se um grande árbitro não for tão bem na prova", diz Rezende.
Além de avaliar os juízes, a intenção da comissão de arbitragem é detectar deficiências para poder saná-las. A entidade quer oferecer cursos por videoconferências e bibliografias para que os árbitros se atualizem. A prova deve ser feita a cada seis meses, o que permitirá verificação de quem estudou.
Depois do caso do ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho, que confessou ter manipulado partidas para favorecer empresários, a CBF também prioriza o acompanhamento do comportamento dos juízes. Por isso será incluído um teste psicotécnico na prova.
"Vamos ver se tem algum doido", brinca Rezende. "Podemos contratar psicólogos em casos pontuais", completa.
A FGV foi escolhida, segundo a CBF, porque tem experiência em certificar testes de aprimoramento profissional. Além de elaborar a prova, a fundação vai participar de sua aplicação.
Os testes serão realizados por computador, o que evitará que a confederação tenha gastos com os deslocamentos dos juízes.
Outro projeto que a entidade já decidiu tocar é a retomada do sistema de observadores de árbitros, extinto pelo ex-chefe da comissão de arbitragem Armando Marques. A CBF enviou ofícios às federações pedindo indicações de ex-juízes que exerçam tal função.
A recriação da vigilância depende só de aprovação dos custos por parte da diretoria da confederação. A idéia é pagar apenas uma ajuda de custo aos observadores.


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