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Perto do topo, Palmeiras refaz o roteiro de 2004
Para ser o segundo melhor time do país, clube "imita" a receita de três anos atrás
Ainda sob a gestão Mustafá, diretoria apostou em elenco barato e bancou treinador inexperiente; modelo 2007 repete os mesmos passos
Eduardo Viana/Lancepress
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O volante Martinez, que teve fratura na face em partida no fim do mês passado, treina na Academia de Futebol, o CT palmeirense |
RENAN CACIOLI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ser o segundo melhor time
do país. Três anos depois, o Palmeiras finalmente volta a sentir o gosto de estar próximo do
topo. Coincidentemente, muito do que aconteceu no clube
em 2004 se repete em 2007.
Para o bem e para o mal.
No Brasileiro de 2004, disputado por 24 equipes, o time acabou na quarta colocação. O Palmeiras freqüentou o grupo
classificatório à Taça Libertadores em 20 rodadas. Chegou,
inclusive, a liderar a competição em cinco oportunidades.
Neste ano, com 20 clubes na
Série A, já são dez rodadas no
G4. O time tem 54 pontos, 13 a
menos que o São Paulo.
De lá pra cá, o comando do
clube mudou. Após 12 anos,
Mustafá Contursi deu lugar a
Affonso della Monica, seu candidato à sucessão na época, e
presidente desde 2005. O grupo rachou. Mesmo assim, a
atual diretoria adotou postura
semelhante à anterior na gerência do futebol do clube.
Há três anos, os cartolas
apostaram no "bom e barato"
para formar o elenco que disputaria o Nacional. Sem grandes estrelas, o time-base tinha
Sérgio; Nen, Daniel e Gabriel;
Baiano, Marcinho Guerreiro,
Magrão, Correa e Lúcio; Pedrinho e Ricardinho. A liderança
do grupo coube a Estevam Soares, técnico cujo principal trabalho havia sido na Ponte Preta, quando levou a equipe campineira às quartas-de-final do
Paulista. O técnico passou o
Brasileiro entre o fogo cruzado
de membros da diretoria que
desejavam sua saída e a obrigação de classificar o time para a
Libertadores do ano seguinte
como forma de manter o cargo.
O atual Palmeiras também
foi formado sem atletas renomados. O meia chileno Valdivia
só se transformou em ídolo depois que chegou ao clube. Até
então, era uma incógnita.
Assim como Magrão, em
2004, um dos destaques do
elenco presente é um volante,
Pierre, o segundo melhor passador do campeonato.
No banco, Caio Júnior vive
roteiro semelhante ao de Estevam Soares: o de treinador novato que pega um time reformulado e joga sob pressão.
Bancado pelo trabalho feito
no Paraná em 2006, quando
classificou o time à Libertadores, o técnico não é unanimidade entre os dirigentes e segue
sob observação. Uma vaga na
competição continental de
2008 é, a exemplo de 2004, o
passaporte (quase) certo para
sua permanência no clube.
Para chegar ao segundo lugar
na tabela do Brasileiro, o Palmeiras de 2007 deposita suas
esperanças no setor defensivo,
que sofreu 36 gols em 32 partidas (média de 1,13). A versão
2004 da equipe fez o mesmo e
fechou o campeonato com média de 1,02 gol contra.
"Tem essas coincidências entre os dois times. Acho que neste ano conseguimos formar
uma base boa", analisa o zagueiro Nen, hoje na reserva e titular na equipe de 2004.
A lista de coincidências passa, também, pela "zica" no departamento médico do clube.
Em 2004, o goleiro Marcos
estava tão quebrado quanto hoje em dia. Lesionou-se em maio
e ficou o ano todo sem jogar devido às contusões no polegar e
no punho. Neste ano, porém,
foi o antebraço que o afastou do
restante da temporada.
Há três anos, o atacante Osmar ficou um mês parado por
causa de uma contusão no joelho esquerdo. Em 2007, ele
rompeu o ligamento anterior
cruzado do mesmo joelho.
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