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As tensões da superquarta
JOSÉ ROBERTO TORERO
da Equipe de Articulistas
Seis torcidas de quatro cidades
estarão vivendo momentos de
aflição na rodada de hoje, que define os semifinalistas do Campeonato Brasileiro.
Quatro dessas torcidas já tiveram o gosto de ver seus times conquistando o título nacional, uma
amargou um vice e a outra não
foi campeã de nada, nem quando
a equipe subiu da Série B.
Qual a importância disso? Nenhuma, pois se é verdade que a
primeira vez a gente nunca esquece, também é verdade que ganhar
nunca é demais.
Excetuando-se a risonha galera
do Atlético-MG -que está andando nas nuvens e dando bom-dia para cavalo- todas as outras
se preparam para noventa minutos com diferentes tipos de tensão.
A tensão da torcida corintiana,
por exemplo, será a mesma de um
rico no banco dos réus.
Perder de dois a zero, tendo o time que tem, é quase uma possibilidade retórica.
Também não creio que deva ser
muito grande a preocupação dos
bugrinos. No fundo a maioria sabe que seu time fica por aqui. Isso
não é desonra -só o salário de
Rincón deve corresponder a toda
a folha de pagamento do clube.
O importante é manter o técnico, o atual elenco e, com entrosamento, entrar arrebentando no
Paulista, no ano que vem.
Tensão controlada deve ser a
dos vascaínos. A equipe é forte,
contará com a volta de Edmundo
e joga em casa com o apoio da camisa 12, a torcida, e da 13, o Eurico Miranda.
Como basta a vitória simples,
acho que, atrás da hipócrita cautela, todos estarão mesmo é muito
confiantes.
A coisa começa a esquentar
quando pensamos na torcida do
Vitória. O time, mesmo tecnicamente inferior, já conseguiu um
lindo 5 a 4 e um suado empate.
Nessas horas, o coração começa
a bater forte e os sonhos inevitavelmente vêm. Se tudo der certo,
será um gol de placa do treinador
da equipe baiana, Toninho Cerezo, que, jogando, era mais dado
aos gols de canela.
Jogo de tensão máxima será o
do Moisés Lucarelli (aliás, que
campinho de várzea, hein?) entre
São Paulo e Ponte Preta. Até agora, dois jogos, três viradas de vantagem. Alguém se arrisca a fazer
previsão? Nem Mãe Dinah.
No domingo, os dois times jogaram com aplicação, velocidade e
uma raça vizinha da rispidez.
A Ponte Preta mostra mais força e volume de jogo. Já o São Paulo tem mais talento.
Se o tricolor vier armado menos
timidamente, tem condições de
reverter o resultado.
Uma curiosidade: caso os últimos três classificados para a próxima fase sejam Corinthians,
Ponte e Vasco, teremos as semifinais e a final inteiramente alvinegras. Se não me engano, desde a
decisão verde de 1978, entre Palmeiras e Guarani, que tal monocromatismo não acontecia.
Quando um craque deixa de
atuar por uma equipe, os outros
jogadores, principalmente os cabeças-de-bagre, sentem uma
grande saudade. Eles olham para
o lado e não vêem mais aquele
que lhes apontavam as brechas
na defesa adversária. É o que sinto com a saída do Juca. Boa sorte
no novo time!
E, falando em perdas, o Jabaquara perdeu seu mais ilustre torcedor, Plínio Marcos. Uma grande
desfalque para o time santista e
para a seleção nacional de dramaturgos, onde havia muito tempo ele usava a camisa 10.
José Roberto Torero escreve às quartas-feiras
E-mail torero@uol.com.br
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