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FUTEBOL
Dirigentes de Botafogo-SP, Paraná, Juventude e Gama se reúnem e devem anunciar ação conjunta
Pequenos organizam ataque à CBF
MARCELO DAMATO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Reportagem Local
Marginalizados pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol),
que já manifestou o desejo de vê-los rebaixados à Série B no ano
que vem sem querer examinar
seus argumentos, os clubes ""nanicos" da Série A começaram ontem a articular uma reação.
Convocados pelo presidente do
Botafogo-SP, Ricardo Christiano
Ribeiro, representantes do Gama,
do Juventude e do Paraná se reuniram ontem em um hotel de São
Paulo, no início da noite, para estabelecer uma série de estratégias
comuns visando resistir à ação
conjunta dos grandes clubes.
Até o fechamento desta edição,
nenhum dos participantes contactados pela Folha quis revelar o
que já havia sido decidido, alegando que a reunião ainda não
havia terminado.
Mas a Folha apurou que os demais clubes, a exemplo do Gama,
deverão entrar na Justiça por
meio de ações civis públicas encabeçados por terceiros, a fim de
tentar permanecer na primeira
divisão no ano que vem.
A CBF tenta a qualquer preço
manter em 20 o número de times
para o campeonato do ano que
vem porque esse item consta do
contrato de TV assinado com as
emissoras Globo e Bandeirantes.
A multa para a quebra dessa
cláusula, ou de qualquer outra, é
de US$ 50 milhões (cerca de R$
100 milhões), mais do que o valor
total pago pelas TVs por ano de
contrato -inicialmente assinado
para o triênio 97-99, mas já prorrogado por dois anos e em negociação para os três seguintes.
Flávio Raupp, diretor de marketing do Gama, disse que ficou especialmente irritado ao conhecer
uma declaração atribuída a Eurico Miranda sobre o assunto: ""O
meu critério de rebaixamento é o
seguinte: cai quem eu quero e não
cai quem eu não quero", teria dito
o dirigente vascaíno.
""Ele não pode dizer uma coisa
dessas e ficar impune. Quem ele
pensa que é? Ele vai se arrepender", desabafou Raupp.
Divisor
O julgamento do caso do Gama
hoje, no STJ (Superior Tribunal
de Justiça) poderá ser um divisor
de águas na luta dos pequenos
contra o rebaixamento.
Se o time do Distrito Federal obtiver êxito com sua ação, encabeçada pelo PFL e baseada no Código de Defesa do Consumidor, o
caminho estará aberto para uma
"virada de mesa" que poderá incluir mais times além dos que já
foram rebaixados neste ano.
A vitória do Gama também deverá provocar o surgimento de
ações por parte de torcedores que
consumiram qualquer tipo de
produto ligados ao Brasilieiro-99
ou pagaram ingressos para ver os
jogos e se sentiram "lesados" pelos critérios do campeonato.
Do outro lado, uma vitória da
CBF enfraquece o movimento dos
times pequenos e comprava a força da entidade em Brasília, colocada em xeque nos últimos dias
com as declarações de apoio à
causa do Gama por parte de políticos importantes.
Além do julgamento do TJD
(Tribunal de Justiça Desportiva)
que transferiu pontos do São Paulo para Botafogo-RJ e Internacional, os times pequenos questionam também o critério de rebaixamento à Série B.
Segundo eles, as regras foram
estabelecidas pelo Clube dos 13 de
maneira arbitrária, sem consulta
prévia aos demais times.
"Nós começamos o campeonato praticamente rebaixados para a
segunda divisão. Um exemplo é o
Gama, que ficou no 15º lugar, à
frente de clubes muito importantes, e ainda assim caiu. Fomos
prejudicados", diz o presidente
do Botafogo-SP.
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