ROBERTO DIAS
enviado especial a Hannover

O brasileiro Gustavo Kuerten foi massacrado em sua estréia na Copa do Mundo, ontem.
Seu algoz, Pete Sampras, entrou em quadra sob desconfiança. Em dúvida, seu estado físico. Desde agosto, só atuara em uma partida, para desistir logo depois dela.
Pois ele fez questão de dissipá-la. Não precisou nem de uma hora para marcar 6/2 e 6/3 em Kuerten -foram 53 minutos de jogo.
Enquanto o tempo de afastamento de Sampras só aparecia às vezes -ao errar bolas fáceis ou nas quatro duplas faltas que cometeu-, Kuerten jogava mal.
Seu saque não entrou: acertou apenas 39% do primeiro serviço.
Na hora de decidir, falhou -no game em que perdeu o serviço que lhe custou o jogo, ganhava por 40 a 15 e permitiu a virada.
"Eu facilitei as coisas para ele", reconheceu Kuerten, que disse que o adversário jogou bem.
Até Sampras brincou com o brasileiro. "Você deveria ter treinado mais voleios, hein?"
Com tanta facilidade, Sampras ganhou a torcida, que delirou até quando ele dominou a bola com o pé numa devolução de saque de Kuerten, após um serviço errado.
Ou quando se recuperou de um lob para, de virada, aplicar uma passada no brasileiro.
Sorrindo como havia tempos não fazia, Sampras foi irônico até mesmo quando lhe questionaram se ele sentira o tempo de afastamento. "O que você acha?", perguntou ao jornalista.
O massacre de Sampras sobre Kuerten não foi o único revés sofrido pelo tênis sul-americano ontem, no primeiro dia da Copa do Mundo, torneio que reúne os oito melhores tenistas do ano em Hannover, na Alemanha.
Pouco antes, Andre Agassi, dos EUA, aplicara 6/1 e 6/2 no equatoriano Nicolás Lapentti.
Mas, se o adversário fez menos games, o tempo de jogo mostra que Agassi teve mais trabalho que Sampras. Precisou de uma hora e nove minutos, 16 minutos a mais do que seu compatriota.
Os quatro jogadores voltam à quadra hoje, já que o torneio não é eliminatório. Agassi e Sampras fazem o principal jogo do dia. Kuerten e Lapentti, ambos estreantes na Copa, jogam suas últimas chances na competição.


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