São Paulo, domingo, 24 de novembro de 2002

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BEM-AMADOS E MALCRIADOS

Além de gols e jogadas vistosas, jovens astros colecionam faltas e cartões neste Brasileiro

Diego e Kaká misturam olé e pontapé

Fernando Santos/Folha Imagem
O meia Diego, um dos mais habilidosos jogadores do Santos e que já recebeu quatro cartões amarelos no Brasileiro; abaixo, o meia-atacante Kaká, que tenta ser mais disciplinado neste Nacional, competição em que já cumpriu quatro suspensões


DA REPORTAGEM LOCAL

Eles enchem os olhos da torcida com suas jogadas, mas enchem o pé nos rivais com suas faltas também. Assim são os talentosos, assediados e indisciplinados Diego, 17, e Kaká, 20.
Além dos oito gols de cada um, o santista e o são-paulino colocaram em seus currículos na primeira fase do Brasileiro várias advertências e expulsões.
No quesito cartão amarelo, Kaká supera o adversário com folga. O jogador do São Paulo foi advertido nove vezes.
Para Diego, os juízes mostraram o cartão amarelo quatro vezes. Cada um foi expulso uma vez, porém, o vermelho do santista aconteceu num dos lances mais violentos do torneio, quando deu um coice em Sandro, do Paysandu, revidando uma falta.
Ele mostrou-se destemperado também quando pisou no escudo são-paulino do Morumbi para comemorar seu gol na derrota por 3 a 2. "Já me acostumei à marcação forte, estou mais malandro. Evito revidar", afirmou.
Foi nesse mesmo jogo que Kaká recebeu seu primeiro cartão vermelho como profissional, após cometer um pênalti.
Mas a maior preocupação do são-paulino é com os amarelos. Tanto é que ele ficou constrangido ao receber o terceiro cartão -o nono no total- na partida contra o Vitória, que o permitiu iniciar os mata-matas zerado.
"Recebi o cartão na hora certa, mas não foi legal, nove cartões no mesmo campeonato é muita coisa para quem joga na minha posição", disse o meia-atacante.
O são-paulino tem uma explicação tática para a sua indisciplina. "Tenho que ajudar o time a marcar, mas ainda preciso aprender a fazer faltas sem levar cartões." De caçado em campo, Kaká virou caçador: segundo o Datafolha, ele comete 3,3 faltas por jogo e recebe 3,8 delas.
Caçado também os dois são fora de campo. O são-paulino encara a "Kakamania", com direito a gritinhos femininos nos treinos e jogos, a ser garoto-propaganda da grife Giorgio Armani e a boatos sobre namoradas -incluindo o rumor sobre a filha do governador Geraldo Alckmin, que ele nega.
"Já recebi uns apertões de fãs abusadas. Minha namorada não gosta nada", confessa Diego. Mas não se intimida: "Sou mais bonito que o Kaká". (RP e RB)


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