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São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2003

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FUTEBOL

Time quer manter mesma estrutura e filosofia adotadas neste ano para ter campeonato sem tropeços em 2004

Palmeiras da A quer ser idêntico ao da B

FERNANDO MELLO
ENVIADO ESPECIAL A GARANHUNS

Campeão brasileiro da segunda divisão com folgas, o Palmeiras da Série A pretende ser exatamente como o da B.
A campanha sem percalços na divisão de acesso deu força à filosofia implantada por Mustafá Contursi. Segundo a Folha apurou, o projeto é ter na elite um time "bom e barato", à semelhança do que ocorreu quando a Parmalat encerrou sua parceria com o Palmeiras, em 2000.
Se na temporada 2003 Jair Picerni se contentou com os até então anônimos Carlos Castro, Lúcio, Élson, André e Marcinho quando pedia estrelas como Adhemar, Guilherme e França, o Palmeiras-2004, já na Série A, não deverá ser diferente.
A idéia é renovar com Marcos, cujo contrato vence no final de junho, e manter Picerni, cujo contrato expira em 31 de dezembro.
À Folha, Mustafá Contursi disse ontem que vai convidar o treinador a seguir no Parque Antarctica. "Ele ficar ou não é uma decisão que não depende apenas de mim, tem que ver se ele [Picerni] quer seguir. Mas minha filosofia é manter treinador. Estou satisfeito e vou trabalhar para que ele fique", disse o cartola, que ficou em São Paulo e viu o jogo contra o Sport de sua casa, sozinho.
A intenção da diretoria é manter praticamente o mesmo elenco. As exceções devem ser o volante Adãozinho, o zagueiro Dênis, e o meia Elson, que não aprovaram, e o goleiro Sérgio, que dificilmente ficará se Marcos renovar.
"Vamos prestigiar o grupo que recolocou o Palmeiras no seu lugar com folga. Não temos razão para mudar", disse Contursi.
Os entraves para a repetição do time vencedor da B podem estar no Oriente. Picerni já recebeu sondagem do Japão e a dupla de ataque Vágner e Edmílson despertou interesse dos asiáticos.
Logo após o anúncio do rompimento com a Parmalat (1992-2000), que trouxe em oito anos atletas caros como Edmundo, Roberto Carlos, Rivaldo, Evair, Mazinho, Ozéas e Edílson, Contursi decidiu poupar e montou o que se se notabilizou como time "bom e barato". Ainda com a multinacional italiana na camisa, mas sem seus dólares e sem Scolari, o Palmeiras de Murtosa levou em julho de 2000 a Copa dos Campeões.
A partir daí, o time não ganhou mais nada. Foi derrotado pelo Vasco na final da Copa Mercosul-2000 em pleno Parque Antarctica, foi eliminado pelo São Caetano na Copa João Havelange, perdeu a Libertadores-01 para o Boca Jrs, caiu na primeira fase do Brasileiro-01. Em 2002, com Wanderley Luxemburgo no banco, foi humilhado pelo ASA de Arapiraca na Copa do Brasil. No Brasileiro, trouxe nomes como Dodô, Zinho, Rubens Cardoso e César, mas voltou a passar vexame. Em 17 de novembro, diante do Vitória, escreveu a página mais dolorida de seus 89 anos de história, ao ser rebaixado para a segunda divisão.
"Montamos um time com alguns medalhões em 2002, mas caímos. Com esses garotos estamos de volta ao nosso lugar. Não tenho parâmetros para dizer isso, mas acho que o Palmeiras faria um bom papel na elite já neste ano", concluiu Contursi.


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