São Paulo, quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

COB reforça lobby da classe star

VELA Lars Grael diz que comitê pediu à federação internacional que barco esteja na Rio-16

MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

A classe star, disciplina da vela que mais rendeu medalhas olímpicas para o Brasil, ganhou um importante reforço em seu lobby para se manter no programa do Rio-2016.
Após uma solicitação do velejador Lars Grael, o presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e do Comitê Organizador dos Jogos no Rio, Carlos Arthur Nuzman, entrou em contato com a Isaf (Federação Internacional de Vela) reforçando a importância da star. Conforme a Folha antecipou na última semana, a classe corre risco de ser retirada da Olimpíada no Brasil.
Em um congresso realizado no início do mês, a maioria dos delegados da Isaf votou pela exclusão da star. Uma nova reunião da federação em 2011 definirá o programa da vela para 2016.
"Ele [Nuzman] levou a mensagem para o presidente da Isaf [Goran Petersson], mostrando o efeito que a exclusão da star poderia ter em termos de público e mídia. É a classe que tem o maior destaque no Brasil. Seria um desprestígio para a vela tirá- -la de 2016", falou Lars.
O Brasil soma cinco medalhas olímpicas -dois ouros, uma prata e dois bronzes- na star. A classe reúne atualmente as maiores estrelas da vela nacional: Torben Grael e Robert Scheidt.
Segundo Lars, Nuzman lhe disse que a interferência do COB ou do comitê organizador do Rio-2016 é limitada, uma vez que não pode haver uma intervenção direta da entidade em assuntos tratados internamente em uma federação internacional.
Entretanto o passado demonstra o quanto o lobby de um comitê organizador pode ser poderoso nesse tipo de assunto. Em 1997, a organização da Olimpíada de Sydney-2000 promoveu intensa campanha pela inclusão do 49er, barco criado pelos próprios australianos. A classe acabou entrando no programa olímpico.
Para Lars, o lobby do comitê organizador brasileiro pode ser mais efetivo caso a star seja excluída pela Isaf, em maio, dos Jogos de 2016. A decisão teria de ser ratificada pelo COI (Comitê Olímpico Organizador) e, nesse caso, a influência do Brasil, como país-sede da Olimpíada, seria maior. "É uma situação possível, mas é a menos desejável", disse o velejador.
Os atletas, em geral, concordam que a tentativa de excluir a star da Olimpíada é motivada por uma rixa da própria federação internacional com a classe.
Algumas competições promovidas pela Isaf não são prestigiadas pelos principais velejadores da star.
"A star sempre teve resistência de se adaptar às regras da Isaf", afirma Scheidt. "Se a classe quiser seguir na Olimpíada, terá que ceder."


Texto Anterior: Tênis: "Perfeito", Federer bate Murray com facilidade
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.