São Paulo, quinta, 24 de dezembro de 1998

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Corinthians de Luxenburgo é o campeão de 98

da Reportagem Local


O Corinthians conquistou ontem o segundo Campeonato Brasileiro de sua história e praticamente acertou a permanência do técnico Wanderley Luxemburgo em 1999.
O time derrotou o Cruzeiro por 2 a 0, ontem, no Morumbi, fechando o mata-mata "melhor-de-três" contra os mineiros. Foi a primeira vez que a competição utilizou essa fórmula na fase final.
De novo, o destaque foi o reserva Dinei. Como nas duas partidas anteriores, o atacante entrou no segundo tempo e fez a diferença, dando os passes para ambos os gols -Edílson, aos 25min, e Marcelinho, aos 36min.
Com o título, a equipe paulista vai disputar a Taça Libertadores da América. No dia 24 de fevereiro, contra o Palmeiras, em São Paulo, fará a primeira das 14 partidas que o separam de seu primeiro título internacional. A Libertadores é o passaporte para o Mundial interclubes, em dezembro, no Japão.
Antes do jogo, Luxemburgo se reuniu com o presidente corintiano, Alberto Dualib, e definiu sua permanência, como gerente do clube. O acerto depende da autorização da Confederação Brasileira de Futebol, pois Luxemburgo é também técnico da seleção.
Pelo esquema, o cargo de técnico corintiano seria desempenhado por Candinho, ex-Lusa, que assessora Luxemburgo na seleção.
O acordo também depende do futuro patrocinador do time. Luxemburgo recebe R$ 250 mil por mês -metade é paga pelo banco Bilbao Vizcaya Brasil (ex-Excel), que vai deixa de patrocinar o clube no próximo mês de janeiro.
O título tem um sabor especial para Luxemburgo. Em setembro, quando o Corinthians liderava com facilidade a primeira fase do Brasileiro, aceitou o convite para dirigir a seleção brasileira e tornou-se alvo de críticos que julgavam ruim o acúmulo de cargos.
Desde então, o Corinthians passou por várias crises, das quais a maior resultou no afastamento por 19 dias do meia-atacante Marcelinho, por indisciplina.
O último problema de Luxemburgo foi a sua suspensão pelo Tribunal de Justiça Desportiva, que o obrigou a ter de assistir os jogos finais das cabines de rádio e TV.
A vitória corintiana não teve como herói os jogadores mais conhecidos da equipe, como Marcelinho, Gamarra, Rincón, Vampeta ou Edílson, mas um reserva.
O atacante Dinei tornou-se o único jogador a participar das duas conquistas de título brasileiro pelo clube, em 1990 e neste ano.
Além de jogador, Dinei é torcedor do clube e foi formado nas categorias de base corintianas.
Nas partidas da decisão, teve participação direta nos cinco gols sobre o Cruzeiro. Marcou um e deu passe para os demais, três de Marcelinho e um de Edílson.
Após a partida, o "talismã" vestiu uma camisa da torcida organizada Gaviões da Fiel, que está suspensa pela Justiça e tem o atacante como sócio há mais de 12 anos.
Outro destaque das finais foi Marcelinho, vice-artilheiro do campeonato com 19 gols. Ele marcou nos três jogos decisivos.
O primeiro Brasileiro depois da derrota da seleção na final da Copa do Mundo da França foi marcado por ineditismos e recordes.
Ostentou a maior média de gols dos 28 anos da competição, 2,87 por jogo, e o maior número de partidas adiadas, 71. Foi também o que mais tarde acabou no ano e o primeiro a registrar uma partida final na tarde de um dia útil.



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