da Reportagem Local

Com quase um ano de atraso, o prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PTN), prometeu ontem terminar as obras no autódromo de Interlagos nove dias antes do primeiro treino livre para o GP Brasil.
"A data de entrega é dia 15 de março. Mas, se for possível, se tudo der certo, vamos antecipá-la em quatro ou cinco dias", disse.
A declaração foi feita após uma visita do prefeito ao circuito. A um custo de R$ 11,25 milhões, Interlagos está passando por sua maior reforma desde 1990, quando voltou a receber a F-1.
Neste ano, o GP Brasil, segunda etapa do Mundial, está marcado para 26 de março. O primeiro treino livre acontece no dia 24.
Grande alvo de críticas de pilotos e engenheiros em todos os anos, o asfalto está sendo, enfim, trocado. Uma empresa inglesa foi contratada e trabalha desde janeiro no recapeamento da pista.
Uma primeira camada de asfalto polimérico, com drenagem mais eficiente, já foi colocada sobre os 4,309 km do circuito.
Nesta semana, os técnicos ingleses trabalham na implantação da segunda e última camada.
Enquanto isso, a Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) trabalha a toque de caixa para terminar a extensão do paddock.
A área, que antes variava de 3 m a 5 m, passará a ter 21 m de largura, tornando mais fácil o trabalho dos mecânicos no circuito e a circulação do público.
A parte de baixo da plataforma, que será usada para os escritórios das equipes, porém, só ficará pronta para o GP Brasil de 2001.
Toda a pressa da prefeitura teria sido evitada se as reformas de Interlagos tivessem começado uma semana depois da corrida do ano passado, como foi prometido na ocasião pelo administrador do autódromo, Carlos Adhemar de Figueiredo Ferraz.
"Assim que o GP terminar, começaremos os trabalhos para recapear todo o circuito", declarou, no início de abril de 1999.
Pitta, ontem, negou que esteja usando a reforma do circuito para ganhar apoio em um ano eleitoral. "Todo mundo me pergunta isso. Mas o que acontece é que essa reforma está dentro de nosso orçamento para este ano."
Para o prefeito, "a cidade terá um dos melhores autódromos do mundo, se não o melhor".
Com o recapeamento do asfalto e o prolongamento do paddock, ficará faltando agora apenas uma grande obra em Interlagos: a construção de novos lances de arquibancadas fixas.
Em um relatório entregue ontem pela Emurb, a possibilidade de substituição das atuais arquibancadas tubulares não é nem sequer cogitada -estima-se que a prefeitura gaste anualmente cerca de US$ 3 milhões com a montagem das estruturas provisórias.
Neste ano, esse custo deve crescer ainda mais. Devido ao aumento da procura por ingressos, causada pela contratação de Rubens Barrichello pela Ferrari, dois novos setores serão montados.
"Não tenho o número exato das vendas, mas acho que ainda estão disponíveis cerca de 30% dos ingressos", disse ontem Thamas Rohonyi, da International Promotions, promotora do GP Brasil.
Segundo ele, o grande motivador para as reformas em Interlagos foi o autódromo de Sepang, na Malásia, que recebeu a F-1 pela primeira vez na temporada passada. Com estruturas modernas e asfalto perfeito, foi elogiado por pilotos e dirigentes. E, como "prêmio", abrigará neste ano a última etapa do Mundial.
"A pista da Malásia mudou todas as referências da F-1. Depois de Sepang, todos os autódromos vão precisar se modernizar", afirmou ontem Rohonyi.
(FÁBIO SEIXAS)

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