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São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003

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VÔLEI

Equipe paulista dá o troco no Minas, que havia ganho a série final da Superliga feminina entre os times no ano passado

Osasco é campeão brasileiro pela 1ª vez

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Nem o mais otimista dos torcedores apostaria que o primeiro título nacional do BCN/Osasco chegaria de forma tão fácil.
Jogando pela segunda vez fora de casa, o time paulista arrasou o MRV-Minas ontem, por 3 sets a 0 (25/20, 25/14 e 25/17), e conquistou o título da Superliga feminina com apenas um set perdido nos três confrontos da série decisiva.
A primeira vez do time de Osasco foi também a décima da principal levantadora do país. Fernanda Venturini, 32, coroou com a conquista de ontem o ano de seu retorno às quadras.
Principal reforço para a Superliga 2002/2003, a atleta chegou a Osasco como "a peça que faltava". No ano passado, sem ela e após investir pesado com a contratação do técnico campeão olímpico José Roberto Guimarães e da ponta Virna, o time tropeçara justamente diante do Minas.
A levantadora voltou às quadras após mais de um ano parada por causa do nascimento de sua filha, Julia. Havia anunciado a aposentadoria com uma despedida melancólica depois do vice em 2001/ 2002 com o Vasco.
"Promessa é dívida. Dois anos sem um título já era demais", disse ela, que esteve em 13 finais dos 14 Brasileiros que disputou e pretende jogar por mais um ano.
"Eu sabia que seria assim [3 jogos a 0] pela determinação desse time. Para mim, foi difícil. Ficava com o coração apertado por deixar minha filha em casa para treinar. Por isso estou tão emocionada. Mas sempre tive apoio. E valeu a pena", completou, chorando.
Ontem, com o passe na mão, a levantadora conseguiu variar bem as jogadas e deixar suas atacantes livres. E elas corresponderam. Bia, líder nas estatísticas de ataque, Virna e Paula Pequeno fizeram um jogo impecável. As duas últimas devem ser chamadas para a seleção brasileira.
Virna, que sofreu uma lesão e se recuperou durante a Superliga, volta após ter deixado o time nacional no ano passado alegando problemas pessoais.
"Foi um ano muito difícil. Voltar a vestir a camisa brasileira será muito bom", afirmou a ponta.
Enquanto o Osasco apresentou uma disciplina tática impecável, do outro lado da quadra do Mineirinho, sofrendo com a tática "torturante" de saques do rival, o Minas nem de longe lembrou o time que fez a melhor campanha da primeira fase, quando bateu o adversário paulista duas vezes.
Na primeira delas, no primeiro turno, jogando fora de casa, virou o segundo set quando perdia por 24/17. A reação mineira serviu de lição para a equipe de Osasco.
"Nossa vitória aqui [ontem" nasceu ali. Nós tivemos de aprender a jogar contra elas", disse o técnico Zé Roberto, que agora fará o Caminho de Santiago para pagar uma promessa. "Se aquele 24 a 17 vai ficar na nossa história, esse 3 a 0 em casa, um ano após o título, vai ficar marcado na história do Minas", completou ele, referindo-se à derrota na decisão da Superliga-2002 para o rival.
Nesta temporada, dos cinco torneios que disputou, o Osasco foi campeão do Paulista, dos Jogos Abertos, dos Jogos Regionais e da Salompas Cup. Acabou com o vice-campeonato do Grand Prix.


A jornalista Mariana Lajolo viajou a convite do BCN


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