São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2008

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efeito moral

Denunciado, Palmeiras receberá final

Clube pode usar Parque Antarctica no 2º jogo da decisão em SP mesmo em caso de punição no julgamento de segunda

Procurador do TJD diz que gás partiu da torcida do time da casa, mas regulamento da federação paulista garante liberação do campo

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras terá de responder no tribunal por uma falha de segurança no Parque Antarctica. Mas isso não será problema para que o estádio palmeirense receba o segundo jogo da final do Paulista-2008.
Apesar da denúncia apresentada ontem contra o clube sobre o lançamento de gás no vestiário são-paulino no estádio palmeirense no último domingo, o Regulamento Geral das Competições da Federação Paulista de Futebol garante o "alvará" para a final.
O segundo parágrafo do artigo 45 do documento afirma que a entidade só pode executar a pena de perda de mando de campo na partida que venha a ocorrer após cinco dias úteis da decisão da Justiça Desportiva.
Isso devido aos prazos previstos no Estatuto do Torcedor para mudança no local do jogo e comercialização de ingressos.
Ou seja, como o julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva será na próxima segunda-feira, restariam quatro dias úteis. No domingo, 4 de maio, a casa palmeirense estará liberada para o duelo diante da Ponte Preta que consagrará o novo campeão do Estadual. Uma possível punição só valerá para o torneio do ano que vem.
O procurador do TJD, Antônio Carlos Meccia, enquadrou o clube no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva ("Deixar de tomar providências capazes de prevenir ou reprimir desordens em sua praça de desportos"). A pena é uma multa de R$ 50 mil a R$ 500 mil e a perda do mando de campo de uma a três partidas.
"Como não foi possível identificar o indivíduo causador do ato e ficou claro que o ocorrido veio do lado da torcida do Palmeiras, o clube foi indiciado no artigo adequado", disse Meccia.
No clássico entre as equipes, no domingo, um gás tóxico foi lançado no vestiário do São Paulo no intervalo do confronto, quando a equipe perdia por 1 a 0. Ambos os clubes registraram boletim de ocorrência.
Durante a semana, Meccia ouviu testemunhas. O São Paulo entrou com representação pedindo punição ao adversário. Ontem, o médico José Sanchez foi ouvido. "Não tinha nada no vestiário quando descemos no intervalo. Após três, quatro minutos, eu ouvi o spray, olhei para cima e vi as gotículas do gás contra a luminosidade. Em seguida entrou no meu olho."
O Palmeiras, mandante do jogo, aguarda a conclusão do laudo feito pela Polícia Científica que só deve ficar pronto em pouco mais de três semanas.
"Fala-se em responsabilidade objetiva do Palmeiras. De fato, ela existe. Mas fizemos tudo o que era possível dentro da normalidade para a realização da partida. Tem coisas que estão fora do nosso controle", comentou Gilberto Cipullo, vice de futebol palmeirense.


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