São Paulo, sábado, 25 de abril de 2009

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Corinthians perdeu para quem bateu e driblou mais

Em todas as derrotas na era Mano tabuladas pelo Datafolha, equipe usou menos jogada individual e foi mais leal que rival

Times que jogaram em casa, trataram a bola parada com esmero e anularam André Santos se deram bem contra finalista do Paulista-2009

DA REPORTAGEM LOCAL

Algumas coisas são básicas, como jogar em casa e fazer o primeiro gol da partida. Montar o time no 4-4-2 e tratar a bola parada com esmero ajudam.
Uma olhada no "scout" dos jogos também indica uma boa dose de ousadia, muito suor na marcação e, como nem tudo é bonito, apelar às faltas.
Pelo que aconteceu nas dez vezes em que o Corinthians saiu derrotado durante os 16 meses que dura a era Mano Menezes, esse seria o roteiro básico para acabar com a invencibilidade de 23 jogos da equipe do técnico gaúcho na temporada.
Só uma vez com o treinador no comando o Corinthians perdeu em casa -para o Bahia, na Série B do ano passado (no clássico contra o Palmeiras, em 2008, tinha o mando, mas o confronto foi no Morumbi).
Nas dez derrotas, em nove o Corinthians saiu atrás do placar. Seu único revés num jogo que começou vencendo aconteceu nas semifinais da Copa do Brasil, contra o Botafogo, no estádio do Engenhão.
O 4-4-2 foi o esquema escolhido por sete dos dez treinadores que ganharam do time paulista com Mano no comando.
O Corinthians sofreu 21 gols nessas derrotas. Nada menos do que dez ocorreram em jogadas de bola parada (três de falta e dois em pênaltis) ou após cruzamentos para a área, seja em cobranças de escanteio, seja em tramas pelas laterais (cinco).
As planilhas feitas pelo Datafolha em sete das dez derrotas corintianas na era Mano (os jogos da Copa do Brasil não foram acompanhados pelo instituto) dão outras dicas aos interessados em bater o time.
Duas estatísticas sempre coincidem nesses jogos.
A primeira é que os rivais corintianos vitoriosos sempre investiram mais nas jogadas individuais -todos tiveram um número de dribles maior.
Somando todos os jogos, os algozes corintianos tiveram, em média, 13,4 dribles por jogo, contra só sete fintas do time paulista (número quase 35% abaixo da média do time nas competições por qual esses jogos eram válidos).
A segunda constatação estatística está no número de faltas. Nos sete jogos em que o Corinthians perdeu com Mano tabulados pelo Datafolha, o time rival sempre foi mais violento. Na média, eles fizeram 23 faltas por jogo contra o clube do Parque São Jorge e sofreram só 16.
A diferença de sete infrações nas derrotas é mais do que o dobro do que aconteceu nos demais jogos com Mano Menezes no comando da equipe.
A marcação leal sobre o Corinthians também faz muita diferença. Em seis das derrotas do time acompanhas pelo Datafolha, o rival fez um número maior de desarmes.
Individualmente, como já havia alertado Vanderlei Luxemburgo, o grande mérito dos times que ganharam do Corinthians foi reduzir a participação de André Santos. Nos seis jogos em que o lateral atuou em derrotas corintianas tabuladas pelo Datafolha, ele recebeu menos bolas do que sua média em cinco.0 (PAULO COBOS)


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