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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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FUTEBOL

É... quarta-feira!

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se a final da Copa dos Campeões entre Juventus e Milan terminar 1 a 0, muitos deverão desqualificar a decisão pelo placar baixo. Mas 15 partidas finais do torneio tiveram só um gol.
Se o duelo de quarta-feira for interessante, mas acabar 0 a 0, as críticas à primeira decisão italiana no principal interclubes do mundo serão enormes. Porém já ocorreram três finais sem gol.
Se acontecerem dez gols no confronto, o que igualaria o recorde de 1960 de Real Madrid x Eintracht Frankfurt, o planeta ficará surpreso pelo escore impensável para o século 21 e para dois representantes do tradicional calcio. No entanto tal jogo seria classificado como um acidente histórico.
O histórico de Juventus x Milan, aliás, é bastante equilibrado. Em Campeonatos Italianos, foram 142 partidas, com 49 vitórias da Juve e 42 do time rubro-negro. Na Copa da Itália, a vantagem é milanesa: em 19 duelos, sete vitórias do clube de Silvio Berlusconi contra seis da equipe dos Agnelli.
Todo esse retrospecto deve ser meio esquecido, pois o jogo que ficará mesmo na história é o desta semana. Em Copa dos Campeões, o Milan tem muito mais tradição (cinco títulos contra dois), mas nesta edição foi ofuscado pela rival e pelo seu próprio futebol.
Para quem não sabe, o Milan quase não conseguiu jogar a Champions League. Ele teve que disputar a fase eliminatória da competição. Contra o Slovan Liberec, ganhou em casa apertado (1 a 0). No campo do adversário, perdeu de 2 a 1 -avançou devido ao gol fora de casa, assim como está na final por ter marcado um gol como visitante no San Siro.
Em 16 partidas, o time de Carlo Ancelotti fez só 21 gols. A Juventus, que encarou o Barcelona, melhor time da fase de grupos, e o Real Madrid, mais estelar clube da galáxia, marcou 30 vezes.
O Milan ganhou em 1989, 90 e 94, seus três últimos títulos, devido ao seu poderio ofensivo. Um ótimo lateral-esquerdo que atuou nessas três conquistas virou o principal zagueiro da atual campanha. Maldini é o único que atuou nos 16 jogos de seus time. Com 1.431 minutos jogados, fechará a temporada como a figura mais atuante na Copa dos Campeões, apesar de seus 34 anos.
A Juventus apresenta uma defesa quase tão segura quanto a do Milan (sofreu 19 gols, contra 14 do rival). A diferença maior está no fato de a marcação da equipe de Turim ser mais dura. Tacchinardi é o rei dos cartões amarelos no torneio. Foi advertido oito vezes. A equipe titular da Juve que deve jogar a final acumula 25 cartões amarelos (e um vermelho). O provável 11 do Milan soma 16 amarelos (e nenhum vermelho).
Sem Nedved, a campeã italiana perde muito. Marcello Lippi tem três opções: aproveitar Camoranesi como um meia de ligação (a mais cotada), escalar Di Vaio na frente (o que não agrada muito a Del Piero) ou mandar o zagueiro Tudor para o meio-campo (seria uma celebração do catenaccio).
Seja como for, a Europa verá pela décima vez um campeão italiano (um recorde). E o planeta poderá assistir no final do ano pela oitava vez a um campeão italiano (seria um outro recorde). Bravo!

Foi... quarta-feira!
A Uefa destacou que o Porto conquistou o título da Copa da Uefa contra o Celtic ao vencer no "gol de prata". Tudo bem que o brasileiro Derlei marcou na prorrogação sem "gol de ouro", mas foi no segundo tempo. Muitas decisões na história do futebol já tiveram esse fim. A nova regra do "gol de prata" só vai ser mesmo "experimentada" quando uma prorrogação tiver apenas um tempo de 15 minutos.

Foi... quarta-feira!
O Santos superou talvez seu jogo mais ameaçador na Libertadores e segue invicto. Desde 1978, um time não ganha a taça sem derrota.

Foi... quinta-feira!
Não pode haver final brasileira ou argentina. Colombiana, pode.

E-mail rbueno@folhasp.com.br


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