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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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AUTOMOBILISMO

Pole, piloto paulista busca hoje sua terceira vitória em uma das edições mais disputadas em Indianápolis

Castro Neves tenta tri inédito na Indy 500

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Hélio Castro Neves busca hoje um feito inédito na história das 500 Milhas de Indianápolis. O paulista tenta vencer, pela terceira vez seguida, a prova mais tradicional do esporte nos EUA. Algo que só quatro pilotos tiveram a chance de tentar. E falharam.
Wilbur Shaw teve sua chance em 1941, Mauri Rose, em 1949, Bill Vukovich, em 1955 e Al Unser Jr. deixou escapar o tricampeonato em 1972. De todos eles, o que chegou mais perto do feito foi Unser Jr., que completou a prova na segunda colocação, bem atrás do vencedor, Mark Donohue.
Para alcançar seu objetivo, Castro Neves, 28, terá de superar, além das dificuldades características de uma corrida tão longa, o fato de esta ser uma das mais disputadas edições das 500 Milhas.
No currículo dos 33 pilotos que competem hoje, a partir das 13h, com TV, nada menos que 154 vitórias em provas da IRL ou da Indy, 12 títulos nessas categorias e seis triunfos em Indianápolis.
Além disso, pelo menos um piloto em cada uma das 11 filas do grid de largada já venceu, no mínimo, uma corrida na IRL.
Mas nada disso parece assustar Castro Neves. "Se tivesse que dar, de um a dez, uma nota para as minhas chances de ganhar de novo, daria 11", disse, de Indianápolis.
Um dos motivos dessa segurança é o fato de ele largar na pole -em 2001, saiu em 11º e no ano passado, na 13ª colocação. "Estou confiante, tenho um carro bom e largo numa excelente posição."
Os números, no entanto, não são dos mais animadores. Nas 86 edições já disputadas, apenas 14 pilotos conseguiram vencer largando da pole position. O último foi Arie Luyendyk, em 1997.
Mas, segundo o piloto, a maior vantagem de sair em primeiro é escapar de eventuais acidentes logo após a bandeirada inicial. "Sair na frente é muito mais confortável, mas em Indianápolis não é como em circuitos mistos ou de rua que você pode administrar a vantagem de estar na frente."
Para ele, neste ano seu status na corrida mudou: ele passou de "caçador" para "caçado" por causa de sua posição de largada.
Mas essa vantagem pode desaparecer rapidamente em uma corrida longa como as 500 Milhas -serão 200 voltas. Um erro durante a tomada de uma curva, um parafuso solto no carro, uma mudança na direção do vento ou um pit stop que não saia como o esperado podem ser suficientes.
"Esse não é um esporte que está só sob o meu controle. Tem várias pessoas envolvidas, o motor, o carro, os mecânicos. Se uma dessas peças não estiver sincronizada pode afetar todo o meu desempenho", declarou Castro Neves.
Os maiores concorrentes do piloto da Penske na prova de hoje devem ser os pilotos da Andretti-Green, que vêm muito bem no campeonato -Tony Kanaan, por exemplo, já ganhou uma das três corridas disputadas até agora e é o vice-líder do campeonato.
Fora eles, Gil de Ferran é outro que pode ser apontado como um dos favoritos. Experiente e com um bom carro, larga em décimo.
Neste ano, porém, ele vai usar um chassi diferente do de seu companheiro de equipe, Castro Neves. Ferran correrá com um G-Force, enquanto o bicampeão das 500 Milhas terá um Dallara. O motivo da diferença, segundo eles, é o estilo de cada um dirigir.
Sem se preocupar com as adversidades que pode encontrar em seu caminho, Castro Neves "descobriu" várias coincidências que o deixam mais tranquilo na busca do inédito tricampeonato.
"Todo lugar que eu vou tem o número três lá. Esse ano é 2003, esta é a terceira vez que eu corro as 500 Milhas, o carro número três [como o seu] é o que mais vezes ganhou em Indianápolis... O negócio não está para brincadeira, tem alguma coisa aí", brincou. "Para mim, o céu é o limite."
Agora, é esperar para ver.


NA TV - 500 Milhas de Indianápolis, ao vivo, a partir das 13h, na Sportv


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