PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Um time que joga e deixa jogar. No caso do Santos na Taça Libertadores-2005, o surrado bordão é mais do que justificado.
Na competição em que hoje, às 19h15, na Vila Belmiro, precisa vencer a Universidad de Chile para avançar às quartas-de-final, o time do litoral bate recordes extremos na vitoriosa era Robinho.
Em mais de uma dezena de torneios no período, o Santos nunca teve um ataque tão goleador (média de 2,71 gol por jogo) e uma defesa tão vazada (1,71) como no atual certame sul-americano.
Na verdade, nenhum dos 32 times que iniciaram a fase principal da Libertadores produz jogos com tantos gols como o Santos.
Em média, cada partida do clube teve 4,43 gols, quase 50% a mais do que a marca geral do torneio. Hoje, contra os chilenos, a esperança santista é que o ataque continue a compensar os estragos da defesa. Mas a nova regra da Libertadores, em que um gol fora vale o dobro, pode ser fatal.
Uma vitória por 1 a 0 classifica o time. Um triunfo por 2 a 1 leva a decisão para os pênaltis. Mas, a partir do 3 a 2, se o clube brasileiro ganhar por diferença de um só tento será eliminado.
"A gente tem que vencer o jogo e, se possível, não tomar o gol. Mas a situação é que estamos jogando em casa, diante da nossa torcida, e temos a necessidade de vencer por uma classificação de Libertadores. Temos que jogar com bastante intensidade, buscando o gol [durante] os 90 minutos", disse o técnico Gallo.
Ontem, no CT Rei Pelé, Gallo fez um treino fechado. A entrada da imprensa só foi liberada depois de quase 40 minutos do início. Segundo o treinador, foram testados dois esquemas diferentes.
"Tenho o direito de fazer antes o que eu bem entender. Foi uma coisa nossa, particular. Queria ver uma parte técnica", explicou. "Achei necessário", concluiu.
Para a partida desta noite, o técnico não poderá contar com o lateral-direito Paulo César nem com o goleiro Henao, vetados -Flávio e Mauro, respectivamente, serão os substitutos.
Já os volantes Fabinho e Bóvio, poupados na vitória por 3 a 0 contra o Atlético-MG, no último domingo, pelo Brasileiro, na Vila, devem reforçar o time litorâneo.
"Vai ser complicado, um jogo de paciência. Temos que ter atenção com a equipe deles, evitar o gol do adversário e impor nosso ritmo de jogo", afirmou Fabinho.