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Mascote "estressa" com bandeira, quase morre, mas espera Ronaldinho
DOS ENVIADOS A WEGGIS
Mascote de Weggis desde a
escolha da cidade para receber
a seleção brasileira, por pouco
a vaca Fuchsia, 4, não virou
churrasco às vésperas de ter os
pentacampeões mundiais como vizinhos.
Após uma bandeira do Brasil ser pintada em seu corpo,
ela não conseguiu mais ficar
prenha. Sem bezerros, não
produzia leite. Tornou-se, assim, um peso morto para o dono, Peter Hofmann.
Ele conta que ficou com o
coração partido, mas preparou-se para mandá-la para o
abate. Venderia sua carne, como faz com todas as vacas que
não engravidam.
Porém, seis semanas antes
de os brasileiros começarem a
treinar no campo próximo ao
seu estábulo, Fuchsia ficou
prenha e escapou da morte.
Em homenagem ao Brasil,
Hofmann espera pelo nascimento um macho. Se isso
acontecer, ele irá batizá-lo de
Ronaldinho. Se for fêmea,
acha estranho colocar o nome
de Ronaldinha no animal.
Ele desconfia que a reverência ao Brasil tenha a ver com a
dificuldade dela para ter um
"bebê", como diz o fazendeiro.
"Acho que ela ficou nervosa
quando a gente pintou a bandeira brasileira. Seu sistema
nervoso pode ter sido afetado,
e aí as coisas ficaram difíceis.
Agora é só esperar: até dez dias
depois do nono mês de gestação o bebê vai nascer", contou
seu proprietário suíço.
A vaca estava nervosa ontem. Por várias vezes seu dono
teve dificuldade para controlá-la. Numa delas, o animal
conseguiu escapar e saiu em
disparada.
Hoffmann lembra que ela já
é avó e, com o passar do tempo,
ficou cada vez mais temperamental. "Mas ainda é jovem,
uma vaca vive de 10 a 20 anos",
explicou.
Seis touros foram colocados
para tentar deixar a vaca, da
raça suíça, prenha. Como gosta muito do animal, que venceu um concurso de beleza no
ano passado, seu dono resolveu dar uma nova chance para
ela escapar da morte. Na sétima tentativa, ele teve a boa notícia e evitou que o animal fosse parar no açougue.
Em janeiro, como mostrou a
Folha na ocasião, Hofmann
homenageou a seleção com a
pintura para atender ao pedido de um jornalista suíço,
amigo de um de seus primos.
"Não foi difícil tirar a tinta,
só passei água", disse.
A pintura ajudou Hofmann
a ganhar dinheiro. Fuchsia virou uma celebridade. Apareceu em vários jornais suíços, e
as pessoas passaram a ir à fazenda para comprar leite só
por causa da vaca "brasileira".
Porém ela já não dava leite.
Em setembro nascera seu último bezerro. Pelas contas de
Hofmann, quando foi feita a
homenagem à seleção, ela já
deveria ter ficado prenha.
Com medo de o período em
que Fuchsia ficou estéril ter
realmente a ver com a bandeira do Brasil, Hofmann faz uma
exigência para reeditar a obra
de arte enquanto os pentacampeões estiverem em sua
cidade.
"Agora só pinto a bandeira
de novo se os jogadores da seleção vierem aqui visitá-la",
contou.
(PC, RP E SR)
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