São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 2006

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Mascote "estressa" com bandeira, quase morre, mas espera Ronaldinho

DOS ENVIADOS A WEGGIS

Mascote de Weggis desde a escolha da cidade para receber a seleção brasileira, por pouco a vaca Fuchsia, 4, não virou churrasco às vésperas de ter os pentacampeões mundiais como vizinhos.
Após uma bandeira do Brasil ser pintada em seu corpo, ela não conseguiu mais ficar prenha. Sem bezerros, não produzia leite. Tornou-se, assim, um peso morto para o dono, Peter Hofmann.
Ele conta que ficou com o coração partido, mas preparou-se para mandá-la para o abate. Venderia sua carne, como faz com todas as vacas que não engravidam.
Porém, seis semanas antes de os brasileiros começarem a treinar no campo próximo ao seu estábulo, Fuchsia ficou prenha e escapou da morte.
Em homenagem ao Brasil, Hofmann espera pelo nascimento um macho. Se isso acontecer, ele irá batizá-lo de Ronaldinho. Se for fêmea, acha estranho colocar o nome de Ronaldinha no animal.
Ele desconfia que a reverência ao Brasil tenha a ver com a dificuldade dela para ter um "bebê", como diz o fazendeiro.
"Acho que ela ficou nervosa quando a gente pintou a bandeira brasileira. Seu sistema nervoso pode ter sido afetado, e aí as coisas ficaram difíceis. Agora é só esperar: até dez dias depois do nono mês de gestação o bebê vai nascer", contou seu proprietário suíço.
A vaca estava nervosa ontem. Por várias vezes seu dono teve dificuldade para controlá-la. Numa delas, o animal conseguiu escapar e saiu em disparada.
Hoffmann lembra que ela já é avó e, com o passar do tempo, ficou cada vez mais temperamental. "Mas ainda é jovem, uma vaca vive de 10 a 20 anos", explicou.
Seis touros foram colocados para tentar deixar a vaca, da raça suíça, prenha. Como gosta muito do animal, que venceu um concurso de beleza no ano passado, seu dono resolveu dar uma nova chance para ela escapar da morte. Na sétima tentativa, ele teve a boa notícia e evitou que o animal fosse parar no açougue.
Em janeiro, como mostrou a Folha na ocasião, Hofmann homenageou a seleção com a pintura para atender ao pedido de um jornalista suíço, amigo de um de seus primos.
"Não foi difícil tirar a tinta, só passei água", disse.
A pintura ajudou Hofmann a ganhar dinheiro. Fuchsia virou uma celebridade. Apareceu em vários jornais suíços, e as pessoas passaram a ir à fazenda para comprar leite só por causa da vaca "brasileira".
Porém ela já não dava leite. Em setembro nascera seu último bezerro. Pelas contas de Hofmann, quando foi feita a homenagem à seleção, ela já deveria ter ficado prenha.
Com medo de o período em que Fuchsia ficou estéril ter realmente a ver com a bandeira do Brasil, Hofmann faz uma exigência para reeditar a obra de arte enquanto os pentacampeões estiverem em sua cidade.
"Agora só pinto a bandeira de novo se os jogadores da seleção vierem aqui visitá-la", contou. (PC, RP E SR)


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