São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 2006

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São Paulo goleia e tira o sono de Tite

Time do Morumbi, invicto em clássicos em 2006, bate Palmeiras pela 3ª vez no ano diante de menos de 8.000 pagantes

KLEBER TOMAZ
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Há uma semana, Tite assumia o Palmeiras com um discurso que pregava acertar a defesa. E, logo em seu primeiro clássico viu, para sua infelicidade, a tese se confirmar da maneira menos desejada.
O São Paulo aplicou ontem no time do Parque Antarctica seu placar mais elástico em clássicos no ano e ratificou sua fama de aniquilador de grandes rivais paulistas na temporada.
"Não vou nem dormir nesta noite. Eu me conheço. Vou ficar remoendo", decretou Tite, em tom de lamentação.
Com a derrota, o Palmeiras justificou, mais uma vez, as queixas de parte de seus conselheiros sobre a falta de vitórias contra os maiores rivais.
Pena, para os torcedores e para o espetáculo, que pouca gente viu o jogo no Morumbi.
Menos de 8.000 pessoas se propuseram a deixar de lado o clima de Copa do Mundo, o frio e os desfalques das duas equipes para assistir ao duelo entre são-paulinos e palmeirenses.
Este foi o clássico paulista com o menor público na temporada. Esse fenômeno parece acompanhar o Palmeiras. O segundo da lista é justamente o jogo do time do Parque Antarctica contra o Santos, neste Brasileiro -o 2 a 1 para o time da Vila teve 8.747 torcedores.
A segunda goleada sofrida pelo Palmeiras no Brasileiro jogou o time ainda mais fundo em sua crise. A equipe de Tite, que sofreu sua quinta derrota em sete partidas no Nacional, não sairá da zona do rebaixamento nesta rodada. Só não voltará ä lanterna porque o Santa Cruz, último, também perdeu.
Se o gosto foi amargo para o Palmeiras, entre os são-paulinos não houve euforia pela maior vitória em clássicos no ano. Teve jogador que até chegou a criticar a atuação do time.
"O São Paulo não jogou bem. Não fomos 100%. Há muito o que melhorar ainda", disse um exigente Lugano, que no entanto não deixou de tripudiar. "Sabíamos que era preciso ratificar nossa superioridade."
A rígida avaliação do zagueiro teve apoio de Muricy Ramalho. "O elenco sabe que o nosso time é muito bom quando joga no limite. Se não joga assim, não é bom. Mesmo com 4 a 1, tem que jogar mais. Só isso não basta para ser campeão."
Mas não foram apenas as declarações de Lugano e de seu comandante, queixando-se de seu time após uma goleada, que fizeram o jogo ser diferente.
Foi uma noite repleta de novidades no Morumbi. Tudo começou com Márcio Careca. O lateral-esquerdo palmeirense abriu o placar logo no início. Infelizmente para ele e para sua equipe, com um gol contra.
A desvantagem fez o Palmeiras, que entrou com o pensamento de que um empate já seria bom, sair para o ataque e pressionar o rival. No decorrer da primeira etapa, dominou o jogo e teve pelo menos duas grandes chances de empatar.
Mas a tarefa de fazer o 1 a 1 estava reservada para Márcio Careca. Ele aproveitou um rebote, no fim da etapa, e igualou o marcador antes de ir para o intervalo. Pela primeira vez neste Brasileiro o São Paulo foi obrigado a buscar a bola no fundo do gol do Morumbi.
No segundo tempo, outro jogador resolveu marcar dois gols. Mas, ao contrário do adversário, Ricardo Oliveira acertou a rede certa nas duas vezes. Com dois gols em menos de 15 minutos, ele praticamente selou a vitória são-paulina.
Coube a Alex Dias decretar a goleada, ao driblar Sérgio e registrar o 4 a 1 no placar.


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